Nas redes sociais, lê-se, cada vez mais, um certo tipo de linguagem obscurantista. Cidadãos sob o manto do anonimato ou devidamente identificados falam contra tudo e contra todos, muitas vezes sem entenderem bem do que estão a falar. Há quem lhe chame radicalismo. Eu chamo má educação.
Sem filtro, sem critério, sem aparente motivação, debitam-se inverdades, construídas em juízos domésticos, básicos e infundados, de argumento fácil. Tudo é passível de ser escrito, sem qualquer espécie de travão.
Para se emitir uma opinião, fundada e consistente, temos de ter informação e conhecimento. Não se pode, sob pretexto algum, disparar nas redes sociais, e outros médias, sem termos em conta o bom senso, o decoro e a justeza do que expressamos.
É visível na sociedade civil, sobretudo agora nas páginas pessoais das redes sociais, assistir-se a discursos de puro ódio e ressentimento, lembrando o lado mais boçal do humano. Seria de esperar que ao nível político e institucional, isso não se passasse dessa forma, e que o discurso de alguns profissionais da política fosse substituído pela lisura, equilíbrio e polidez.
Não nomeio, nem particularizo. Nem é preciso tanto. Basta abrir uma rede social, rolar o mural. Está a olho nu. E temos pena, pois séculos de (suposta) evolução, terminam com palavrões omnipresentes e normalmente num Português que necessita reparos.
Luís Soares Almeida*