O juiz norte-americano Phillip Rapoza, descendente de emigrantes açorianos, foi condecorado com a Cruz Pro Ecclesia et Pontifice (Pela Igreja e o Pontífice) pelo Papa Francisco.
A medalha é uma prestigiada condecoração da Santa Sé e é atribuída a um leigo por serviços diferenciados à Igreja. Foi instituída pelo Papa Leão XIII em 1888.
A medalha foi entregue ao juiz Rapoza pelo bispo de Fall River, D. Edgar da Cunha, durante a 26ª Missa Vermelha Anual para a Diocese de Fall River, realizada na Catedral de Santa Maria dia 5 de Outubro.
A Missa Vermelha é celebrada em todos os Estados Unidos e o seu nome deriva da cor das vestes usadas pelos membros do clero durante o serviço religioso.
Durante a celebração, o bispo Edgar da Cunha recordou o trabalho do juiz Rapoza como juiz do tribunal estadual durante quase 25 anos, aposentando-se como juiz chefe do Tribunal de Apelação de Massachusetts, em Boston.
A nível internacional, o juiz Rapoza trabalhou como juiz do Supremo Tribunal dos Khmers Vermelhos, apoiado pela ONU, no Camboja. O tribunal foi criado para levar à justiça os maiores responsáveis pela morte de cerca de dois milhões de cambojanos durante a governação dos Khmers Vermelhos.
Rapoza desempenhou também funções de juiz nos tribunais especiais que trataram dos crimes contra a
humanidade e outros crimes graves cometidos por forças que se opunham à independência de Timor Leste. Rapoza é atualmente cônsul honorário de Timor Leste na Nova Inglaterra.
Referindo-se diretamente ao prémio papal, o bispo destacou os“muitos anos de serviço do juiz Rapoza à Diocese de Fall River como membro e presidente do Conselho de Revisão Ministerial”, um órgão consultivo composto principalmente por leigos para aconselhar o bispo sobre alegados abusos sexuais e outras formas de má conduta por parte de membros do clero.
Agradecendo a distinção, o juiz Rapoza disse: “Estou grato, mas também humilde, por pensar que o Papa Francisco e o bispo da Cunha me considerariam digno deste significativo prémio. Sinto-me honrado por ter servido durante tantos anos no Conselho de Revisão e por ter tido a oportunidade de contribuir para o seu importante trabalho”.
Residente em New Bedford e neto de imigrantes portugueses oriundos da ilha açoriana de São Miguel, o juiz Rapoza foi condecorado pelo presidente de Portugal Jorge Sampaio em 2002.
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Diário dos Açores