O ser humano sempre teve paixão pelo desconhecido, mas também pela conjugação de fatores que nos podem ajudar a interpretar e recriar a realidade. A astrologia e a numerologia estão entre as ciências que, provocando estranheza, estimulam a nossa capacidade de sonhar e levam mais longe a nossa convicção de que nada acontece por acaso.
Pitágoras foi o pai da matemática, mas também um mestre do pensamento. Viveu entre 495 e 570 A.C. é tido como o pai da matemática e foi criador da palavra philosofia. Foi cunhado em moeda durante o Período Greco-Romano entre os impérios de Augusto (-27/13) e de Galieno (253/268).
Julga-se saber que o seu nome surge pelo facto da sua mãe ter ido consultar o Oráculo de Delfos, e que ainda antes de nascer, a Sacerdotisa Pitonísia afirmou que vinha aí um varão, e que este haveria de ficar para a história como um dos que mais de perto estaria entre o divino e a matéria.
Mas Pitágoras também não nasce pronto, e por mais que fosse um predestinado, teve, como todos nós, de aprender ou relembrar com outros. Terá tido nos celtas a sua fonte mais direta de inspiração
O historiador Grego Diodoro Sículo ou Diodoro da Sicília (90 A.C. e 30 A.C.) liga Pitágoras de Samos à crença céltica na imortalidade da alma, segundo o qual as almas dos homens são imortais e que cada alma volta à vida noutro corpo. Vamos assim fazer uma pequena viagem interligando estas magias, e para isto convido que usemos desde já a Cruz celta como exemplo.
O Símbolo da cruz, era uma das principais formas de expressão artística entre os celtas representando a unicidade e o ciclo eterno.
Este símbolo, está associado à coragem e ao heroísmo, à força de vontade e à boa disposição. A divindade deste símbolo é Lug, o Senhor da Criação na mitologia celta.
Este Antigo símbolo, surge muito antes do cristianismo e, de acordo com uma lenda irlandesa, terá sido São Patrício que misturou a cruz católica ao círculo, e que este seria o símbolo do Sol, cultuado pelos pagãos da época.
Imagine então que este represente a vida em 4 ciclos.
Os 4 quadrantes, as 4 estações do ano, e assim por diante …
Cada ciclo, comporta em si 3 energias similares.
O movimento de translação, deslocamento da Terra em torno do Sol, juntamente com a inclinação do eixo terrestre em 23°27’ em relação ao plano orbital, é responsável pela variação de energia solar que atinge a superfície terrestre em determinadas épocas do ano.
Este fenómeno é responsável pelas estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.
Na primavera
A principal caraterística desta estação, é o reflorescimento da flora, sendo considerada a estação mais florida e forte do ano. Este período é marcado por belas paisagens pintadas pela mãe natureza, com uma grande diversidade de flores e cores. É a estação mais colorida de todas, pois é nela que começa, para além do reflorescimento da flora terrestre, o início da fauna no planeta. É muito conhecida também como a “estação das flores”. A primavera é uma estação de transição entre o inverno e o verão, dá-se a 21/22 de março no hemisfério norte e a 22/23 de setembro no hemisfério sul. Como sabemos, a energia da mãe terra está com toda a sua força, e tudo o que nela cai, rebenta e nasce!
O Ser Humano menos centrado, menos forte ou mais exposto a tensões, pode sentir, e normalmente sente, esta força da mãe terra! Aqui, nota-se o período do ano com mais suicídios, depressões e desistências.
E com esta força e caraterísticas nascem os nativos de Carneiro/4, Touro/5 e Gémeos/6.
Com a proximidade destas energias dos números 4, 5 e 6.
Não são as energias pessoais ou podem não ser, mas são as energias que fluíam na altura em que nasceram.
Ou seja: força, perfeição, liberdade e auto-estima.
No verão
Eis a estação mais quente do ano, na qual as temperaturas permanecem elevadas e os dias são mais longos do que as noites. O verão começa logo após a primavera. A 21 de dezembro no hemisfério sul e a 21 de junho no hemisfério norte.
A mãe terra leva com o intenso calor pela proximidade do Sol. Nesta fase, os seus frutos são os mais fortes, doces e vistosos. Mas aquecida, precisa de descanso de sombra e de se resguardar ficando mais inerte.
É com esta força, doçura e inércia que nascem os nativos de Caranguejo/7, Leão/8 e Virgem/9.
Com a proximidade destas energias dos números 7, 8 e 9. Não são os pessoais ou podem não ser, mas são as energias que fluíam na altura em que nasceram.
Ou seja: Inteligência, brilho, sombra e inércia.
No outono
É a estação de transição entre verão e inverno. Nela, os dias deixam de ter maior duração do que as noites. Gradualmente as temperaturas diminuem e as folhas das árvores caem, como forma de adaptação ao frio que se aproxima. O outono começa logo após o verão, a 21/22 de março no hemisfério sul e a 22/23 de setembro no hemisfério norte.
Aqui, a terra, qual poesia, veste a mãe natureza de amarelos e castanhos que marcam a transformação da vida, a reciclagem dos elementos da Natureza e também das emoções humanas.
Inicia-se neste momento uma fase de transição que só se vai completar no inverno, quando todos sentem mais necessidade de se recolher e hibernar.
No outono, as pessoas tornam-se mais introspetivas e mais desejosas de abrigo nos seus refúgios, inclinadas a buscar a meditação e a acender as lareiras.
É preciso descansar enquanto as árvores se despem. Vão os frutos sumarentos e chegam os mais secos. E o que não é colhido a tempo e não é cuidado, com esta energia acaba por apodrecer, finar e cair.
Curiosamente, esta é também a estação em que mais idosos sucumbem, morrendo para a vida como a folha para o seu galho. E com este recolher, com este cuidar, nascem os nativos de Balança/10, Escorpião/11 e Sagitário/12.
Com a proximidade destas energias dos números 10, 11 e 12. Não são as pessoais, ou podem não ser, mas são as energias que fluíam na altura em que nasceram.
Ou seja, acreditar, intensidade, resguardo e montra.
No inverno
Eis a estação mais fria do ano. Tem como caraterística principal a queda de temperaturas podendo chegar a graus negativos em muitas regiões do mundo. O inverno começa logo após o outono a 21 de junho no hemisfério sul e a 21 de dezembro no hemisfério norte.
Inverno, (inferno, interior, inferior) é a energia mais fria da mãe terra.
Esta bebe mais água (intuição e ligação) pelas suas chuvas, deixa-se desmoronar, grita com a força das tempestades e dorme mais horas. Alimenta-se mais e dos mais quentes alimentos pois o frio leva ao recolhimento, abrigo e união.
Chegam com esta estação os frutos mais antioxidantes, os vermelhos e os mais fortes. As pessoas são mais meigas, carinhosas e afetuosas.
Pois lá fora chove, e há que estar mais por casa, mais com os seus, ser mais criativo para “matar” ou preencher os tempos vazios, e destas necessidades nascem a proximidade, o diálogo e o aconchego.
Aqui nascem os nativos de Capricórnio/1, Aquário/2 e Peixes/3. Que como não podia deixar de ser, são mais livres, mas também os mais protetores.
Com a proximidade destas energias dos números 1, 2 e 3. Podem não ser os números pessoais, mas são as energias que fluíam na altura em que nasceram.
Ou seja, afeto, cuidar, fuga e sair por estarem muito tempo “fechados”.
Como na doutrina dos números, não estamos a falar na era comum, e sim A.C. (Antes de Cristo), quando prevalecia o Calendário Juliano. E neste, os meses corriam numa sequência com início em março e finalizava o ano no mês de fevereiro. Aliás, sequência ainda hoje respeitada e válida para alguns povos e algumas culturas.
Nesta ordem de exposição, ficam pelas energias numéricas os seguintes tópicos:
0 (zero)
Antes do início, o nada era o tudo. E esta vibração é associada às paixões, ao amor e à fé. A tudo afinal, que nos encha, mas que não se pode ver nem tocar. Liga-nos ao sentir sem ser possível provar. Ao vazio e ao cheio.
Com a chegada do 1 (um) começa a exploração do nunca antes visto, nunca antes tocado. Este é o primeiro, o pioneiro, o líder o que guia e vai à frente. Sendo que, também é o que se sente inseguro por não ter companhia, defesa ou ajuda.
Mas nesta busca do perceber e explorar tudo, acaba por encontrar o 2 (dois) e logo começam as relações entre eles.
Agora, e a dois, impera o ouvir, falar, escutar, ensinar e aprender, fazer amor e a reproduzir mais vida.
E neste relacionar nasce o 3 (três). Número de trindades e tríades. A 3ª pessoa do relacionar dos 2 anteriores e o nascer das realizações, das emoções e da criança mágica que agora chegou.
Logo começa a ordem, e o 4 (quatro) com a sua perfeição, retidão, os seus 4 lados iguais e a sua disciplina.
Mas toda esta ordem cansa e precisa apanhar ar.
É neste cansaço que surge o 5 (cinco) que vem para “derrubar” a ordem, as leis, os dogmas… Vem mostrar a liberdade comunicando o amor pela vida e expressando agilidade e pressa de viver a cada segundo.
Mas há a necessidade de assentar, de acalmar, de família e da casa.
Eis que surge o 6 (seis) para trabalhar e dedicar-se aos seus, aos afetos, às doações e por isso, por vezes, esquece-se de si ferindo o amor próprio.
Torna-se necessário inovar, pensar, mudar, viajar, projetar, e é o 7 (sete) quem sabe fazer isto como ninguém.
É ele quem tem a mente brilhante dos poetas, dos compositores e dos arquitetos, que nos revelam o nunca antes construído, nunca antes desenhado, tocado ou ouvido.
Mas a vida tem também o seu lado matéria. E há que ser forte e intenso como o 8 (oito) para poder discutir, defender e negociar este lado, ainda que tenha que se elevar o tom e a imposição.
Mas tal como nos ensina a mãe terra, e o velho mestre de seu nome “tempo”, tudo passa, tudo amadurece e vai aprimorar, mas é preciso primeiro saber-se ser o 9 (Nove).
O Mago, o sábio, o eremita, o nómada e o paciente. Pois a paciência é a ciência da paz. E só os mais “antigos”, os mais velhos e os que mais percorreram, sabem usar desta sabedoria.
Ensinando a fechar portas e ciclos para que tudo fique limpo e na ordem. Pois daqui a nada vai mudar a energia, mudar a estação, e com esta, chegam sempre novas primaveras, que vêm iniciar novos ciclos e novos inícios. Início, que, na linguagem dos números, nos leva de novo ao 1 (um).
Afinal nada começa e nada termina. Dão-se os ciclos, completam-se os caminhos e regressamos sempre, sempre ao ponto de partida!
Mais sábios, talvez!
Mas mais crescidos certamente.
Será já nos próximos dias 25 e 26 do corrente mês, que terei a honra de na “minha ilha”, e na Fajã de Baixo, minha Terra Berço, no Centro de Estudos Natália Correia, ser um dos oradores no Congresso promovido pelas Edições Mahatma, onde falarei mais sobre este mágico tema, e também do meu último livro “A Teoria e Alquimia dos Números” com chancela da mesma editora da qual tenho a honra de ser seu autor em exclusivo.
Venha ter connosco e não venha só!
Todos juntos, tentaremos somar momentos de prazer e de partilhada sabedoria e se quem soma acrescenta, estou convicto de que todos sairemos com mais saldo positivo na conta da nossa Lenda Pessoal.
Até lá, vá somando alegrias e subtraindo o que não o deixa sorrir.
Reiki Atlântico
Palestras de Motivação Pessoal e Numerologia.
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*O autor deste artigo será um dos 11 palestrantes presentes no 1º Congresso “Caminhos Para a Longevidade Saudável” que terá lugar dia 26 de Outubro das 9h às 20h no Centro de Estudos Natália Correia – Fajã de Baixo.
Simultaneamente, decorre no mesmo local uma Feira do Livro, onde estarão disponíveis todas as obras dos palestrantes e outras de especial relevo na área da saúde física, mental, emocional e espiritual.
As inscrições para assistir a este Congresso decorrem na Casa do Povo da Fajã de Baixo com a Dra Cândida Pacheco.
Contactos: 296 630 320 / 924 186 217
Pedro Soares*