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Prestação da casa cai este mês até 16%

As famílias com crédito da casa vão ter boas notícias este mês.
A prestação mensal paga ao banco vai ter uma forte redução no caso dos contratos que forem revistos em Novembro, com o alívio a chegar aos 130 euros, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO para um financiamento de 150 mil euros a 30 anos.
Há vários meses que a prestação da casa está a cair, refletindo a queda das taxas Euribor, que são usadas como indexante na grande maioria dos empréstimos à habitação em Portugal.
Em Outubro, no mês em que o Banco Central Europeu (BCE) voltou a cortar as taxas diretoras, as Euribor a três e seis meses registaram mesmo a maior queda mensal em 15 anos. E, por conta disso, os encargos com a habitação também vão descer de forma significativa no próximo mês.
Depois do forte agravamento nos últimos dois anos e meio, as famílias vão continuar a sentir nos seus bolsos o alívio da política monetária do banco central que, com a inflação controlada, se prepara para promover mais cortes nas taxas que guiam o mercado.
Há quem defenda – e neste grupo está incluído o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno — um corte dos juros de 50 pontos base na reunião de dezembro (última do ano), sendo que 2025 trará mais reduções, de acordo com os analistas.
Centeno considera que a batalha contra a inflação foi vencida e que, perante o risco de forte abrandamento económico, o BCE deve acelerar o calendário. Nem todos no conselho de governadores concordam com o português, ainda assim.
O mercado antecipa que as Euribor continuem a descer nos próximos tempos.
Os contratos forward sobre as Euribor a três meses indicam que as taxas vão cair para menos de 2% daqui a um ano, sendo que no prazo a seis meses deverá baixar para 2% até aos primeiros meses de 2026.

Quanto é que a prestação
vai cair?

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas para novembro são as seguintes:
Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 730,99 euros, menos 45,61 euros (-5,87%) relativamente à prestação que pagava desde agosto;
Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 716,81 euros, uma descida de 73,64 euros (-9,32%) em relação à prestação que pagava desde maio;
Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 690,25 euros, menos 129,71 euros (-15,82%) face à prestação que pagou no último ano.

Famílias estão a contrair
mais crédito

A contratação de novos empréstimos da casa em Portugal tem vindo a recuperar à medida que as taxas de juro estão a descer.
Esta tendência está a ser sentida na banca portuguesa que espera ainda que continue a haver um “ligeiro aumento” da procura de famílias por créditos habitação até ao final de 2024, releva o Banco de Portugal (BdP).
Os resultados do mais recente Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP) foram divulgados esta semana e revelam que a banca sentiu um “ligeiro aumento da procura no segmento da habitação” no terceiro trimestre de 2024, lê-se no documento.
Os dados mais do BdP confirmam isso mesmo, revelando que os novos créditos habitação registaram o montante de 1.545 milhões de euros em Agosto, sendo mesmo “o valor mais elevado desde março de 2022”.
Tudo isto acontece porque “o regime regulamentar e fiscal do mercado da habitação e, em menor grau, a confiança dos consumidores contribuíram ligeiramente para o aumento da procura de empréstimos para aquisição de habitação” no verão de 2024, explica o regulador liderado por Mário Centeno.
Portanto, por detrás deste maior interesse no crédito da casa está, por exemplo, a redução dos juros nos novos créditos habitação (taxa média desceu para 3,43% em Agosto, segundo o BdP) e ainda com a isenção de IMT e IS na compra de casas por jovens, que entrou em vigor a 1 de Agosto.
As expectativas dos bancos até ao final de 2024 também são animadoras, já que se espera um “ligeiro aumento da procura no segmento da habitação”, tendência que pode estar relacionada com as descidas dos juros esperadas para os próximos meses, à medida que o Banco Central Europeu (BCE) alivia a sua política monetária.

Isenção de IMT para os jovens

O Governo quer atualizar os escalões do IMT em linha com a inflação.
Esta alteração ao Código do IMT, que consta na proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), vai assim aumentar o limite do valor da casa abrangido pela isenção do IMT para jovens até aos 35 anos, passando dos atuais 316 mil euros para 324 mil euros.
A proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) aprovada na generalidade no parlamento, prevê uma atualização de 2,3% dos escalões do IMT, um valor que está em linha com a inflação registada este ano.
Esta atualização também vai mexer com os limites de isenção de IMT aplicados aos jovens até aos 35 anos que querem comprar a sua primeira habitação própria e permanente, podendo ainda haver alterações.

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