A Secretária Regional da Saúde dos Acores revelou, Quarta-feira, que as obras no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, afetado por um incêndio em Maio, não deverão avançar antes do primeiro semestre de 2025.
Segundo Mónica Seidi, só nessa altura deverá existir “fumo branco em relação às obras” no HDES, num processo que é complexo, contemplando, por exemplo, 40 projetos de especialidade.
O HDES, em Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio no dia 4 de Maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, algumas fora da região.
A secretária da Saúde falava na comissão parlamentar dos Assuntos Sociais, no âmbito do debate sobre a proposta de Plano e Orçamento de 2025 do executivo.
De acordo com a titular da pasta da Saúde, as propostas de Plano e Orçamento de 2025 contemplam 15 milhões de euros para o HDES, que “deve-se sobretudo” à recuperação de atividade assistencial, mas também abrange a especialização domiciliária e equipamentos.
“Contamos que possam ainda surgir despesas associadas ao funcionamento de toda a dispersão que ainda se faz sentir na ilha de São Miguel”, afirmou a secretária regional.
Neste momento, os serviços do HDES encontram-se espalhados por várias unidades de saúde públicas e privadas na ilha de São Miguel.
Sobre o orçamento para o setor da Saúde, Mónica Seidi salientou que “houve um reforço muito significativo”, ou seja “mais 50 milhões de euros”, e “há a possibilidade de haver em 2025 mais 75 milhões”.
Segundo a titular da pasta da Saúde, para os hospitais dos Açores, em Julho, foram transferidos 35 milhões de euros e, para as unidades de saúde e ilha do arquipélago, 40 milhões.
“O impacto foi deveras positivo quer nos resultados operacionais, quer na dívida comercial”, declarou Mónica Seidi, que salvaguardou que os resultados operacionais dos hospitais, em 31 de Agosto, “tinham um saldo positivo aproximado de 21 milhões de euros” e uma dívida comercial de 140 milhões de euros.
Mónica Seidi anunciou, por outro lado, que até final do ano deverão ser integrados 295 trabalhadores Covid-19 na área da saúde.
Questionada sobre se estes trabalhadores irão beneficiar da contabilização do tempo de serviço, a governante considerou que a questão é “extremamente técnica”, mas lembrou que “o compromisso do Governo Regional foi da integração desses trabalhadores”.
A secretária da Saúde indicou ainda que em 2025 se irá avançar com um plano regional para as pessoas sem-abrigo, sendo que “o concelho de Ponta Delgada requer resposta de emergência”, apesar de existirem “outros concelhos onde a problemática se está a tornar mais evidente”
De acordo com um estudo da Norma desenvolvido para o governo regional, existem neste momento nos Açores 386 pessoas em situação de sem-abrigo.