Edit Template

Roberto Simões (Caravela):Percurso exemplar no basquetebol açoriano (atleta, treinador, professor e director técnico)

Escrever sobre o Roberto Simões, mais conhecido por Caravela, é descrever um percurso exemplar de um Terceirense apaixonado pelo desporto, mas sobretudo pelo basquetebol, que já dura há quase meio século. Tudo começou quando tinha apenas 11 anos, o seu irmão Paulo Simões e o amigo Paulo Faria decidiram formar uma equipa de basquetebol (Copins) na zona onde moravam, ou seja, na Canada dos Copins (Angra do Heroísmo). No início a improvisão era uma constante, o campo era na rua e os lançamentos eram feitos contra os números das portas (38) da sua casa e (36) da casa do Paulo Filipe, um amigo de infância. As mães não achavam muita graça às bolas a baterem nas portas. Para criar um ambiente mais sério, arranjaram umas t-shirts brancas e desenharam os números e um emblema. Os treinos começaram a ser nos campos exteriores da Escola Secundária Padre Emiliano de Andrade com piso de alcatrão e tabelas de madeira. As raparigas também treinavam naqueles campos. A Delegação dos Desportos de Angra do Heroísmo organizava as actividades para os mais jovens. Fernando Pavão, então responsável pela seleção de iniciados (sub-14), convocou o Roberto Simões para os treinos da seleção que se realizavam ao ar livre, fizesse sol, chuva ou vento. Naquele tempo, o basquetebol era um desporto de topo na ilha Terceira, com diversas equipas a participarem nas competições: Angrense, Lusitânia, Praiense, Filarmónica Praiense e a equipa da Base das Lajes com alguns americanos à mistura.
Entretanto, o sismo de 1980 alterou por completo a situação desportiva local e regional. Contudo, a Secretaria Regional da Educação não baixou os braços e, em Setembro de 1982, deu início à reorganização do sistema desportivo açoriano através da criação de Delegações dos Desportos nas diversas ilhas e de associações de modalidade naquelas que se justificavam. No âmbito dos quadros competitivos organizaram-se torneios regionais de iniciados nas principais modalidades. Foram criados os Jogos Juvenis Açorianos para este escalão etário e os Jogos Desportivos Açorianos para os seniores. Estas inovações proporcionaram ao Caravela uma motivação extra no aperfeiçoamento como praticante e uma boa oportunidade de aprendizagem dos aspectos fundamentais no ensino desportivo. A partir daqui tudo mudou na sua formação pessoal em termos futuros.
Na sequência dos Jogos Açorianos, realizaram-se os Jogos Desportivos Insulares: Açores-Madeira e, posteriormente, os Jogos Juvenis do Atlântico: Açores-Canárias-Madeira, sempre ao nível de seleções regionais em várias modalidades desportivas. O Roberto não só participou nestes intercâmbios desportivos como atleta no basquetebol, mais também como treinador adjunto. Na qualidade de jogador representou o Sport Clube Lusitânia em competições nacionais e quando foi estudar para a Universidade em Ponta Delgada alinhou no Micaelense. No segundo ano passou a jogar pela equipa da Universidade e, no ano seguinte, com a saída do treinador assumiu as funções de técnico principal. Com essa equipa foram vice-campeões da 2ª Divisão e subiram à 1ª Divisão.
Entretanto, o Clube Juvenil Boa Viagem decidiu apostar na subida à II Divisão Feminina. Na altura o clube ainda estava em fase de recuperação após o sismo de 1980 e a sede provisória era um contentor, onde tinham matraquilhos e um ambiente excelente. O clube convidou 2 americanas da Base das Lajes para reforçar a equipa e venceu o torneio regional que dava acesso à prova nacional. Com a subida começou a trajectória do Boa Viagem nos campeonatos nacionais. Na sua formação como treinador tirou o grau2 num curso realizado em S. Miguel em que foram prelectores os professores Teotónio Lima, Hermínio Barreto e Mário Silva. Obteve o grau 3 num curso efectuado em Almada e, mais tarde, frequentou o curso de formador organizado pela Escola Nacional de Treinadores. Nas suas vivências como técnico desportivo também foi treinador principal da Seleção Sul/All-Star que venceu a do Norte na Festa do Basquetebol realizado em Albufeira. Fez parte da equipa técnica que preparou a Seleção Nacional Feminina Sub-23 que participou nas Universíadas de Taipé. Treinou o Micaelense nos campeonatos nacionais e foi treinador adjunto do Clube União Sportiva na Liga Feminina. A sua experiência profissional também resulta do facto de ter sido professor de educação física (11 anos) em diversas escolas secundárias nos Açores. Recentemente, fundou o “Centro de Treino Regional dos Açores” vocacionado para o desenvolvimento de jovens talentos. Actualmente é coordenador do basquetebol no Sport Club Lusitânia. Um grande desportista com obra feita.

Eduardo Monteiro

Edit Template
Notícias Recentes
Detida pessoa pela suspeita da prática do crime de violência doméstica contra a sua namorada
Câmara Municipal de Ponta Delgada apoia encontro de Alojamento Local
Açoriana Márcia Sousa é a primeira mulher nomeada Presidente das Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra
SATA lança campanha com promoção de voos a baixo preço até 24 Janeiro
Crianças açorianas estão a consumir mais fruta e hortícolas nas escolas
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores