O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio e Escritórios, Hotelaria, Turismo e Transportes (SITACEHTT/AÇORES) afirmou ontem que “é fundamental trazer à discussão na Sociedade Açoriana, as questões sociais, tendo como prioridade a pobreza e exclusão social. Para esta estrutura sindical é essencial que se combata, de facto, a sua origem, isto é, que a riqueza produzida seja distribuída de forma justa e equitativa, nomeadamente por aqueles que a produzem e que são os trabalhadores. Para tal, é essencial o aumento dos salários e a melhoria da qualidade do emprego”.
“O que verificamos é que crescem as desigualdades entre ricos e pobres, os Açores têm a taxa de pobreza e exclusão social mais elevada do país, tendo também os mais elevados níveis de desigualdade do rendimento. Impressiona, o número de pessoas em risco de pobreza e de exclusão social, este indicador mede a pobreza (a percentagem de pessoas que vivem com um rendimento abaixo de 60% do rendimento mediano) e as dificuldades de acesso a bens e serviços”, afirma o sindicato.
“O aumento geral dos salários e das pensões é uma necessidade para todos os que vivem e viveram do trabalho e um instrumento para dinamizar a economia regional, criar mais e melhor emprego, esbater a dependência face ao exterior num contexto cada vez mais instável e é, também, a garantia para que os açorianos possam organizar as suas vidas”, acrescenta.
Para o SITACEHTT/AÇORES “outro fator importante para o avanço das condições de vida dos trabalhadores açorianos é melhorar a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, o que favorece a diminuição do absentismo, o aumento da produtividade e a retenção de talento, contribuindo, também, para a sustentabilidade demográfica. Trata-se de uma mudança cultural que exige convocar toda a sociedade e assumir um compromisso coletivo com medidas de impacto a curto, médio e longo prazo”.
Neste sentido, “vamos lutar pela redução do período normal de trabalho máximo para as 35 horas semanais, para todos os trabalhadores nos Açores, sem aumento da jornada diária e sem redução de retribuição, porque esta redução é possível, justa e necessária”, garante o sindicato.
“O tempo de trabalho foi e continua a ser um dos pilares fundamentais da luta por condições de trabalho e de vida mais dignas. As sucessivas reduções do tempo de trabalho alcançadas ao longo da história são uma das grandes conquistas civilizacionais, não apenas dos trabalhadores, mas da Humanidade”, conclui.