Dizer que os tempos são difíceis pode parecer uma banalidade. Mas a verdade, nua e crua, é que se assiste a uma série de eventos que consideraríamos impensáveis até há umas décadas, desde pandemias, inflações, conflitos armados, crises existencialistas dos estados ocidentais, entre outros. Como também é verdade que muito do que se passa está bastante documentado na literatura da especialidade e não só.
Poderia citar meia dúzia de autores, que não seriam muitos, que foram apontando ao longo das últimas duas décadas o estado a que tudo isto chegou – qualidade da democracia, debilidade económica, demanda dos recursos naturais, demografia desequilibrada, conflitos religiosos, etc -, e agora vemos pelos olhos dentro a razão que eles tinham.
E quiçá todas estas novas realidades emergentes sejam fonte de alimentação para os radicalismos discursivos a que temos de igual forma assistido, e que somos, por todos os meios ao nosso alcance, responsáveis por combatê-los?
Ouvi há uns anos um pensador de esquerda dizer que os impostos que o Estado arrecada é um ato de “ladroagem”. Mas a esquerda não estava no poder. Quando lá chegaram, o mesmo imposto passou a ser fulcral para a manutenção do Estado e das suas inúmeras gorduras, como tiveram a desfaçatez de aumentá-los.
E fica visto que, se queremos futuro e prosperidade, paz, pão e liberdade, a resposta não está virada para as bandas da esquerda.
A salvação europeia está no social-liberalismo: responsável, humanista, inteligente, moderno, empreendedor, próspero e experimentalista. Um misto de socialismo, de social-democracia e liberalismo.
Luís Soares Almeida*
- Professor de Português
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