Nesta quadra festiva, é tradição o Presidente da Assembleia Legislativa – à semelhança de outros titulares de cargos políticos, nacionais e regionais – dirigir uma mensagem a todos os açorianos, onde quer que se encontrem, aqui no Arquipélago, no continente ou na diáspora:
“Açorianos, onde quer que estejam, quero desejar-vos um excelente 2025, com saúde, paz e com um sentimento renovado de esperança no futuro. Esperança de que se concretizem os nossos desejos individuais e colectivos.
Hoje quero falar-vos de dois desejos que trago para este novo ano: um mundo melhor e uns Açores mais prósperos.
Vivemos tempos inquietantes. O mundo continua a ser palco de conflitos, guerras e insegurança. Mas pergunto-vos: será a morte e a destruição solução para algum problema? Obviamente, que não!
O que desejo – e o que todos devemos ambicionar – é que 2025 marque uma viragem. Que seja o ano em que a humanidade compreenda que o verdadeiro poder reside no diálogo, na reconciliação e na capacidade de construir pontes onde antes existiam muros. Que a paz deixe de ser um ideal distante e passe a ser uma realidade concreta, fruto da nossa determinação colectiva.
E, em relação aos Açores, o que ambiciono para 2025?
Espero que continuemos a construir e a consolidar uma Região mais próspera. Não é utopia. É sim uma meta alcançável, se acreditarmos e trabalharmos juntos.
Bem sabemos que somos pequenas ilhas, ultraperiféricas, com enormes constrangimentos e desafios. Mas essa realidade, longe de nos limitar, deve servir de inspiração para inovar e aproveitar o melhor das nossas potencialidades.
Com visão estratégica, podemos transformar esses desafios em oportunidades e construir uma economia sólida, sustentável e inovadora, capaz de assegurar um futuro próspero para todos os Açorianos, sem excepção. Bem sei o poder e a importância do sector público em territórios pequenos e dispersos. Contudo, acredito que uma economia robusta é o alicerce de três objectivos determinantes para o nosso futuro:
Gerar oportunidades para atrair e fixar jovens. Só assim poderemos reverter a tendência demográfica que nos ameaça, garantindo empregos com melhores e mais justos salários e oportunidades reais de crescimento, que tornem os Açores num lugar onde os jovens escolham viver.
Equilibrar as finanças públicas. A par da revisão urgente da Lei das Finanças Regionais e da redução de despesas, uma economia forte muito contribuirá para aumentar as nossas receitas próprias.
E igualmente possibilitará – Combater a pobreza de forma sustentável. É evidente que apoiar quem precisa é inquestionável. Mas só quebrando ciclos intergeracionais de pobreza, com formação, qualificação e emprego digno, libertaremos muitos açorianos da pobreza, e construiremos uma sociedade mais justa. Esse deve ser, no meu entendimento, o caminho e a nossa ambição.
Felizmente existem indicadores positivos ao nível da nossa economia que importa prosseguir e consolidar. Só assim cumpriremos um dos principais desígnios da nossa Autonomia: garantir a coesão económica, social e territorial entre todas as ilhas e a convergência com o crescimento do País e da União Europeia.
Açorianos, sacudamos o fatalismo, a descrença e o pessimismo. Nós somos capazes! Acreditemos nas oportunidades que a nossa terra oferece. Uma palavra merecida de confiança e encorajamento aos nossos empresários. É com este espírito de esperança que, nos últimos tempos, tenho procurado apresentar os Açores como uma terra de oportunidades, incentivando e motivando os jovens a regressarem, a serem empreendedores e agentes activos da transformação que queremos para a nossa terra.
Mas para isso, temos de estar conscientes de que o futuro dos Açores depende de cada um de nós. E, sobretudo, dos jovens.
Desejo uma sociedade com maior participação dos cidadãos e mais justa.
Apelo a uma administração pública moderna e ágil, que seja promotora e não inibidora de investimentos e de modernização. Ambiciono uma economia capaz de oferecer melhores salários.
Reafirmo a necessidade de rigor na aplicação dos recursos que temos e que são cada vez mais escassos – sejam fundos próprios, comunitários ou os do Plano de Recuperação e Resiliência. Alerto para que comecemos a preparar o período pós PRR e para estarmos atentos à preparação do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia.
Açorianos, como se percebe o trabalho colectivo que temos para os próximos anos é muito e recomenda diálogo político e social para construirmos soluções sólidas. Esta missão exige actores políticos, económicos e sociais com maturidade, responsabilidade e disponibilidade para assumirem compromissos pelos Açores.
Eu acredito que vamos conseguir. Acredito nos açorianos e na nossa capacidade de superar desafios utilizando com inteligência a nossa Autonomia, prestes a comemorar 50 anos. Renovo os meus votos de um bom 2025 para cada um de vós. Que seja um ano de paz, de conquistas e, acima de tudo, repleto de saúde. Feliz Ano Novo”, finaliza Luís Carlos Correia Garcia.