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Uma nova Europa com novos e antigos desafios

O novo colégio de comissários Europeus entrou em funções no dia 1 de Dezembro. Os comissários que mais dificuldades tiveram na sua aprovação no Parlamento Europeu foram por um lado, Teresa Ribera, Espanhola, Vice-Presidente Executiva para a Transição Limpa, Justa e Competitiva. Esta, sendo da família socialista, colocou em risco os acordos entre os partidos do centro e da direita. Por outro lado, com forte oposição da esquerda e dos liberais, o Italiano Raffaele Fitto, Vice-Presidente Executivo para a Coesão e Reformas, que vai lidar com as importantes pastas para os Açores e Madeira do Desenvolvimento Regional e das RUP, e Olivér Várhelyi, novo comissário da Hungria para a Saúde e Bem-estar Animal.
A nova Comissão Europeia estreia-se com o polémico acordo Mercosul-UE, celebrado a 6 de Dezembro. Com este acordo, Van Der Leyen parece ter esquecido as reivindicações dos agricultores Europeus que agora enfrentam não só parâmetros de sustentabilidade mais exigentes, mas bem como a concorrência de produtos agrícolas importados, de menor preço e sem estarem sujeitos às mesmas exigências impostas pela UE, aos seus próprios agricultores. Este acordo teve a discordância não só dos agricultores, mas bem como de chefes de Estado Europeus. Simultaneamente, Trump já ameaça Europa com tarifas comerciais, a juntar-se a custos mais acrescidos de energia, desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Van Der Leyen enfrenta uma nova realidade política, que muito vai influenciar a sua decisão em políticas chave. A UE vê as famílias de direita e de extrema direta com forte representação no Parlamento, Conselho e Comissão, refletindo as realidades político partidárias dos diferentes Estados Membros. A lembrar o partido de Le Penganhou as eleições Europeias na França, o que levou Macron a convocar novas eleições internas. Acresce-se ainda o reforço do partido de extrema-direita na Alemanha. A estes, a não esquecer os partidos de direita já no poder, como na Itália, Holanda ou Hungria. Simultaneamente, recentemente na Roménia testemunhamos a vitória de um partido pró Rússia, apesar de estas eleições terem sido revogadas. A guerra na Ucrânia está longe de terminar e com a eleição de Trump, a vitória já não parece ser vista com o mesmo otimismo pela NATO, Estados Unidos e Europa, sendo cada vez mais plausível um acordo de paz onde a Rússia não abdicará do território conquistado. Ao mesmo tempo, Trump defende o fim da NATO, caso os países Europeus não contribuirem financeiramente, apropriadamente.
A Europa encontra-se com uma nova configuração política, com velhos e novos desafios nas suas relações externas e dinâmicas internas, impondo uma nova realidade que afeta a sua paz, economia e bem-estar da sua população, onde uma liderança mais audaz e vigorante é necessária.

Steven Barbosa *

  • Secretario-Geral Adjunto da IPIFF
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