A América atual, cujo status não agrada a todos, reflete afinal um mundo que muitos não conheciam – ou que não queriam ver – até há bem pouco tempo. Isto deriva, muito, da revolução que os média à volta do mundo proporcionaram e permitiram: acesso fácil, gratuito e generalizado à informação que sucedia em qualquer ponto do planeta.
Habituados a não saber das realidades que aconteciam no outro lado do mundo, a não ser através de expedições científicas ou celebrações internacionais de grande dimensão que aconteciam em países que viviam fechados sobre si próprios, sem contato com o exterior ou com as grandes agências democráticas internacionais, nomeadamente as democracias do Ocidente, essa realidade foi mudando à medida que as relações económicas foram evoluindo positivamente para ambos os lados.
Em 1989 cai o muro de Berlim e a fissão entre Ocidente e Leste cai com ele. Mas a integração do Leste foi irreparavelmente deficitária, uma revolução social e cultural que promoveu um mundo sem fronteiras ao nível das trocas e relações comerciais, económicas, intelectuais e académicas. As mudanças políticas tardaram.
Por outro lado, as nações competem entre si, por vezes de forma drástica umas com as outras o que leva a tomadas de posição que não vão ao encontro da estabilidade e das relações pacíficas.
Por isso vivemos num mundo agitado e à procura de se redefinir e de estabelecer novas metas estratégicas e territoriais. Não vai parar por aqui. Temos de estar muito preparados e atentos aos fenómenos que vão acontecer nos próximos anos: conflitos locais, corrida aos recursos, acesso a comida e água potável, inteligência artificial, alterações climáticas, entre tantos outros desafios.
Luís Soares Almeida*
- Professor de Português
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