Diário dos Açores, ao serviço da comunidade açoriana há 155 anos
Um dos mais antigos jornais de Portugal a serviço da comunidade está de aniversário. São 155 anos fazendo um jornalismo de excelência. Chega na margem de cá do Atlântico como um beijo gostoso, a carícia de quem acabou de chegar do outro lado do mar cheio de novidades, notícias alvissareiras e outras nem tanto…
Pois, este é o beijo que quero dar, neste 5 de Fevereiro, ao Diário dos Açores na comemoração de mais um aniversário. Afinal, não é assim que demonstramos a nossa alegria e afeto nas datas natalícias dos amigos e de quem amamos? Escrevemos um postal de aniversário expressando os melhores votos de longa e profícua vida.
Hoje, volto a repetir os meus apaixonados cumprimentos ao Diário dos Açores que há 155 anos é um exemplo para os Açores e sua gente das Ilhas, e das comunidades da diáspora esparramadas por terras d’além mar, como aqui no sul do Brasil, na “açorianíssima” Ilha de Santa Catarina.
No ano de 1870 nascia, sob o olhar visionário de Manuel Augusto Tavares de Resendes, o Diário dos Açores com a saída da edição nº1, de 5 de fevereiro. Se de um lado, constituiu o marco inicial de um veículo de comunicação social, por outro representou e refletiu o processo de mudança cultural que timidamente alçava o arquipélago açoriano nas Artes e nas Letras e ganhava o mundo na arte pictórica, na literatura, na música e em outros campos do conhecimento humano.
Uma tradição de crescimento, norteou a trajetória do Diário dos Açores, na Ilha de São Miguel, passo a passo, até o ano de 2025, quando aniversaria inovador num tempo onde tudo se transforma em fração de segundos, na incrível urgência da sociedade na era das novas tecnologias, do universo digital, da Inteligência Artificial/IA e suas ferramentas a simular a inteligência humana.
Evolução. Transformação. Criatividade. Contemporaneidade. Quatro diretrizes históricas e uma voz uníssona de um compromisso firmado ontem por seu idealizador, Manoel Augusto Tavares de Resendes e assumido pelas gerações seguintes e, hoje, cumpridas por seu Diretor Paulo Hugo Viveiros – levar aos açorianos a informação verdadeira e no respeito maior os valores éticos, sociais e culturais dos açorianos. E, sobretudo, a espelhar credibilidade – sem dúvida, o seu maior capital.
Na feitura do jornal que todo o santo dia chega nas mãos do leitor, esteja onde estiver, enfrenta-se desafios e luta-se para salvaguardar a sinergia de uma linha editorial erguida há 155 anos, como se constrói uma casa sobre a rocha, sem medo da fúria dos ventos, das fortes chuvas, do mar sanhudo e marés nervosas.
Neste périplo secular, nada foi deixado de lado para fazer um jornalismo criativo, corajoso, independente e atuante em múltiplas frentes, surpreendendo com qualidade na difusão da notícia, da reportagem, da informação, da valorização da natureza, da cultura e literatura, das vidas reais com suas memórias e histórias.
Não canso de repetir, anos a fio: o Diário dos Açores tem sua história imbricada na própria história social e política do arquipélago açoriano. Basta olhar a capa de cada edição e adentrar por suas páginas e ali encontrar estampada a alma açoriana e a sua inigualável marca identitária – “Ser dos Açores.”
Termino o meu Postal de Aniversário com um beijo de namorada a reafirmar o meu carinho imenso, a minha maior admiração, e gratidão pelo privilégio de ser sua colaboradora e também sua leitora cativa de muito das suas 43.600 edições e 155 anos de vida.
Parabéns, querido Diário dos Açores!
Um beijo grande, desde a minha açoriana Santa Catarina.
Lélia Pereira Nunes
Praia do Arroio Corrente, 2025.
Jaguaruna, Santa Catarina