O hospital modular construido ao lado do HDES, em Ponta Delgada, foi inicialmente avaliado em cerca de 12 milhões de euros (11.957.880,00 euros), era para funcionar em pleno em Setembro de 2024 e o serviço de urgência nele instalado a começar no mês antes.
Os dados constam de um relatório preliminar elaborado pelo governo dos Açores, a 5 de Julho, consultado pelo “Diário dos Açores”, sobre os danos imediatos do incêndio e esboço de estratégia de retoma, enviado ao governo da República, com vista à comparticipação financeira dos danos.
Nas 35 páginas do relatório é descrita a situação do HDES na altura do incêndio e as medidas a tomar, podendo-se constatar que a esmagadora maioria dos prazos não foi cumprida e a avaliação do modular foi ultrapassada, fixando-se presentemente em mais 30 milhões de euros.
Uma das justificações para o hospital modular, inscrita no relatório do governo Regional, é que “tem em si associada a vantagem da mobilidade na medida em que, depois de restaurada a capacidade de resposta do HDES, poderá ser alocado, se assim for decido no quadro funcional do SRS, a outra ilha ou ilhas onde a respectiva necessidade seja manifesta”.
O Governo Regional afirma no documento que, “com base na exposição da Coordenação da Comissão de catástrofe do HDES foi assumida, pelo Governo Regional, através da Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social, a instalação e edificação de um Hospital Modular com as justificações apresentadas pela Direcção Clínica e Direcção de Enfermagem do HDES, e assumida pelo respectivo Conselho de Administração e pelo Governo Regional”.
O hospital modular, segundo o governo, justifica-se por vários motivos, entre os quais o facto do HDES “se situar numa área geográfica predisposta a acontecimentos de natureza catacísmica e de previsibilidade impossível, e ao isolamento relativamente ao continente português”.
“Por outro lado, o fluxo turístico que ocorre entre os meses de maio a outubro é bastante acentuado, para além de se realizarem na ilha de S. Miguel vários festivais de Verão que determinam a necessidade de resposta a situações de emergência/urgência”, lê-se no documento.
À data da elaboração do referido relatório, as necessidades de financiamento para dar resposta aos custos decorrentes no HDES, eram de 8.477.288,32 euros, estando ainda contabilizados diversos custos derivados com a evacuação e acomodação de doentes do HDES no valor de 100.000,oo euros.
Tudo somado, hospital modular, empreitada de obras públicas para infraestruturação do terreno, custos decorrentes do incêndio identificados a 21 de junho e custos derivados da evacuação de doentes, totaliza 22.535.168,32 euros.