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Deficiente número de lugares para deficientes no HDES

Há poucas semanas escrevi sobre o tema mas tenho de voltar a ele.
Escrevi para a administração do HDES a dar conta da insatisfação mas a política de Relações Públicas do Hospital não é conhecida pela sua celeridade em responder aos utentes.
Esta minha embirração diz também respeito a deficientes (meramente visuais ou mentais) que não sabem ler este sinal e estacionam para ficarem mais perto da entrada / saída de qualquer edifício. Quando uma pessoa que utiliza esse dístico quer estacionar, encontra os lugares ocupados por esses deficientes (que, assinale-se não têm direito a dístico!). Nunca há seguranças, nem PSP, nem GNR nem Polícia Municipal, a jeito para mandar retirar as viaturas em contraordenação. É a impunidade e o desrespeito total.
E gostava de pedir encarecidamente à Administração do HDES que plante lugares para deficientes pois os 9 ou 10 existentes são manifestamente insuficientes, em especial para os doentes da oncologia com dificuldades de mobilidade.… é um tormento para quem tem tratamentos diários ou regulares, arranjar lugar é tarefa quase impossível, quase como ganhar o Euromilhões… A falta de respeito e de civismo dos que não têm direito a esse dístico tem de ser punida.
Para quem vive longe da cidade não pode depender de transportes coletivos pois estes pararam nos anos 70 e têm horários ainda do tempo em que os dinossauros vagueavam pela Terra.
Nem todos se fazem transportar nas ambulâncias de transporte não-urgente de doentes pois as demoras no regresso muitas vezes levam a que todo o dia seja consumido no transporte de e para a residência, por mais boa vontade que os bombeiros possam ter..
A deslocação de 35 km, ida e volta, por táxi custa quase 10% do salário mínimo. Já houve quem me sugerisse deixar a viatura nos parques do Parque Atlântico e deslocar-me ao Hospital de táxi. Seria mais seguro e barato, mas há uma estranha tendência para encontrar o carro batido ou riscado naqueles parques, como, infelizmente, já constatamos por mais de uma vez.
Os mais afortunados que dispõem de viatura própria, devidamente identificada terão de chegar com muita antecedência para encontrar um lugar disponível, agora que o HDES plantou pinos (bolardos) nos passeios e outros obstáculos e manda a PSP autuar os que se encontram estacionados nos passeios (centenas deles).

Esta semana tive de me deslocar ao HDES, como infelizmente fruto do meu diagnóstico oncológico faço frequentemente. Cheguei ainda não eram 08.30 e pelas 09.00 tinha análises marcadas junto às antigas Urgências, sem lugar disponível na rua, ou em cima do passeio… o novo hospital modular roubou mais um estacionamento. Os lugares reservados estavam ocupados por viaturas sem dístico e tive de deixar a viatura, em infração, numa curva em perigo de sofrer danos. Eram quase 11.00 quando saí da colheita de sangue e a poucos metros da viatura já rondava (que nem um abutre sobre os cadáveres) um solícito agente da PSP que alegremente distribuia dezenas de pequenos papéis de notificação de infração.
Sei que não há milhões para se construírem parques subterrâneos ou silo autos em altura, sei que há pessoas que vão à cidade e estacionam ali o dia todo, sei que o pessoal médico, de enfermagem e auxiliar não tem também estacionamento suficiente para eles. Andamos nisto há anos, eu só constatei o problema há 20 anos quando cá cheguei, mas afeta todos os doentes (não só os da oncologia com tratamentos diários ou regulares) pelo que se esperaria que a administração tivesse já feito algo para minorar as deficiências apontadas, em vez de nos tratar com o silencioso desdém com que trata a maioria das queixas dos utentes.
Nunca me esqueço de que em Melbourne 1994 a minha companheira da época, cheia de pressa numa compra de sábado, a minutos do híper fechar, estacionou num desses lugares, “só por um minuto”. “Um minuto” depois, ao regressar, estava a multa no para-brisas, menos 4 pontos na carta de condução e uma coima de 200 dólares… Se cá fizessem o mesmo, eu perdia essa embirração…

Chrys Chrystello*

Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713
MEEA-AJA (IFJ)

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