Edit Template

2025, hipocrisia de esquerda

Ouvir o PS hoje a falar dos problemas sociais em que vivem os Açorianos, é algo caricato que roça o ridículo. Não fosse a hipocrisia sinónimo de jacobice, eu até estranharia. A farsa sempre foi uma hábil prática da esquerda.
Recordando um passado ainda tão próximo, todos sabemos que o problema não vem de agora e que este discurso só engana os incautos.
Devemos, de forma honesta, reconhecer que a mudança política à direita foi um sinal de descontentamento. Afinal, as pessoas votaram em José Bolieiro com a esperança de uma mudança. Nessa altura já se sentia um agravamento do custo de vida e os resultados erráticos das políticas de esquerda sentiam-se no bolso – com um discurso de manifesta falta de memória, o PS/A é visto com desconfiança.. e não convence.
Mas a esquerda sabe que este ano é crucial para José Bolieiro e há que tirar proveito da insatisfação:

  • Sucintamente, sabemos que ainda não há resultados sólidos que convençam os Açorianos. Assuntos (como a Sata) que já deviam estar resolvidos e onde não se apresentaram medidas eficazes, arrastam-se para descrédito da governação. É preciso coragem política para tomar medidas que invertam a sobrevalorização dos imóveis. É preciso conter as intenções dos monopólios e garantir que todos os Açorianos beneficiem de um efectivo e real crescimento económico. É necessária fiscalização em diversas áreas.
    Ademais, novos problemas surgem que podem provocar desgaste político… como o HDES. E outros vão surgir e já se adivinham.
    Simultaneamente, no seio da coligação, erros graves expõem projectos pessoais em prol do serviço público. A legitimidade dos partidos da coligação também está posta em causa, dada a questionável utilidade de nem constituírem maioria e de, na ausência ética, comprometerem o acordo assumido. Com parceiros claramente encostados, alguns sociais-democratas fundamentam a razão de concorrer sozinho.
    O ano vai ser difícil. Diria mesmo fulcral para José Bolieiro. O Açoriano passa realmente dificuldades e sente que os Açores são para estrangeiros. A esperança desvanece um pouco e anseia por um sinal forte. É verdade que a qualidade de vida do açoriano se degenera.
    A continuidade do governo é incerta, o Chega dá vários tiros no pé e ainda não convence como parceiro de estabilidade.
    Obviamente, por tudo isto, é tempo propício à esquerda para iniciar a sua marcha do “bota-abaixo”, mas não sejamos ingénuos: ainda subsiste a memória de uma péssima gestão e também a apresentação de uma fraca equipa do PS/A não entusiasma ninguém.
    Finalmente, recordar que este é o ano para as comadres zangarem-se. As autárquicas serão o ringue de luta, dentro e fora dos partidos, mas essencialmente entre PS e PSD, que detêm forte implantação local.
    Junto com umas presidenciais sem importância, o povo irá cansar-se do circo. O Chega irá, no meio disto, tentar corrigir os seus erros e tirar dividendos do desalento geral.
    Embora com realidades diferentes entre a república e o nosso arquipélago, a continuar assim e na ausência de bons resultados, daqui a um ano o PS e o Chega monopolizam o jogo político. O PSD/A tem de se lembrar que para se atingir o máximo, não se pode fazer o mínimo.
  • Filipe de Mendonça Ramos
Edit Template
Notícias Recentes
Aumentos de preços fazem disparara inflação nos Açores
Ana Bacalhau, Mafalda Veiga, Carlos Alberto Moniz e Pauleta são atracções dos Açores na BTL
Governo pensa privatizar Teatro Micaelense, Atlânticoline, Portos dos Açores e Lotaçor
Bolieiro diz que queda do governo vai provocar “atrasos em tudo”
Realizadora francesa Fanny Ardant vai rodar longa metragem em S. Miguel com Depardieu
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores