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Se houvesse mais respeito…

Se houvesse mais respeito pelas pessoas, da parte de quem governa, os governos do PS, anteriores à atual coligação das direitas que governa os Açores, não teriam demorado a compensar (minimamente), os trabalhadores-assistentes técnicos de atendimento público da RIAC, pelas extremas polivalência, complexidade e acumulação de funções a que estão profissionalmente sujeitos e do que todos aqueles que com eles lidam em geral facilmente se apercebem. Assim, e pelas razões apontadas, os cerca de 100 trabalhadores nessas condições, após uma luta de vários anos, passaram a ter direito, desde o ano passado, a um acréscimo de 20% ao seu vencimento base.
Mas, apesar de a coligação das direitas, ao contrário do PS, ter respeitado de alguma forma a reivindicação daqueles trabalhadores (estes reivindicavam 25% de acréscimo), isso não significa que essa maioria esteja igualmente atenta a outras situações igualmente desrespeitadoras dos direitos de quem trabalha e que existem noutros sectores, como implicaria um elementar sentido de justiça, afinal não tão determinante, no caso da RIAC, como foi antes um sentido de repisa em relação ao anterior governo do PS.
Isso explica bem porque o governo das direitas nunca tenha olhado, por exemplo, para os 113 funcionários de atendimento do Instituto de Segurança Social dos Açores, ainda que estes trabalhadores exerçam igualmente funções complexas e diversificadas, envolvendo por exemplo o acompanhamento do cidadão desde o nascimento até à morte, ou o facto de lidarem com um conjunto apreciável, complexo e sempre crescente de temas e legislações regionais e nacionais que estão em constante atualização. Muito justamente estes trabalhadores estão reivindicando tal como os trabalhadores da RIAC a compensação por esta situação, através de um justo suplemento remuneratório.
Tal como já denunciámos aqui, recentemente, em relação à pesca e aos pescadores, também a falta de respeito pelas pessoas, da parte do governo, se manifesta em relação àquelas que estão ligadas à agricultura e à lavoura.
Na Graciosa os lavradores receberam o governo com uma manifestação, queixando-se da extrema injustiça que são os atuais preços do leite ao produtor, os mais baixos da Europa. A partir de S. Miguel, a Federação Agrícola dos Açores, veio mais uma vez queixar-se de um desvio, por parte do governo, de verbas destinadas ao sector na ordem de 14 milhões de euros, de bloqueios ao funcionamento das associações agrícolas e ao apoio técnico aos agricultores.
Curioso que muitas das razões não atendidas que os agricultores e lavradores açorianos manifestavam em relação aos governos anteriores do PS, se voltam a repetir agora em relação ao governo das direitas concertadas…
Certo, certo é que já vai longa a agenda política desrespeitadora das pessoas, da parte dos governos de maioria tanto do PS como do PSD e seus aliados, seja nos Açores, seja a nível nacional. Bom exemplo nacional está agora à vista de todos com a guerrilha entre o governo PSD/CDS e o PS sobre quem tem mais culpa por o país ter de ir novamente a eleições, na sequência da apresentação da moção de censura do PCP. Ambos se esquecem que se não estivessem reiteradamente em falta no respeito pelas pessoas e pelos seus direitos naquilo que lhes é mais caro e importante: salários, saúde, habitação, segurança social, justiça fiscal e social, honestidade política enfim, nada destas exacerbadas, desgastantes e fúteis guerrilhas político/eleitorais aconteceria. As eleições, desde que sirvam para melhor resolver os problemas das pessoas, são sempre bem-vindas e só assustam os que delas se servem para outros fins…Ah, mas gasta-se muito dinheiro com elas, dizem alguns bem-intencionados! Muitíssimo menos do que aquilo que tanto o governo PSD/CDS, como o PS, se mostram dispostos a gastar, proximamente, em armas e despesas militares…

Mário Abrantes

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