Após o sucedido no último plenário da ALRA, a APASA diz que se sente na obrigação de intervir, nomeadamente no respeitante à proposta da terceira alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 28/2011/A, de 11 de Novembro, que estrutura o Parque Marinho dos Açores.
“Num debate que deveria pautar pela defesa dos interesses dos Açoreanos, o que foi dito como argumento para defesa da não aprovação do mesmo, dá-nos a entender que em primeira instância, prevalece a vontade partidária ao invés da vontade dos eleitores que vivem exclusivamente da pesca e neste caso, concretamente, da pesca aos tunídeos e similares”, afirma a APASSA em comunicado enviado ao nosso jornal.
“Em segunda instância, e infelizmente, comprovou-se a total falta de conhecimento desta pescaria, por parte de alguns dos Srs. Deputados, que têm nas mãos, pelo poder da democracia, o voto de decisões que afetam os pescadores”, acrescenta.
A APASA afirma que “é apartidária, defende o setor das pescas, da sustentabilidade e da responsabilidade com que a mesma deverá ser feita. Não importa o(s) partido(s) no governo, mas sim a forma como isso nos afeta, pelo que agora nos sentimos na obrigação de contestar a forma de governar que não protege nem defende os interesses dos pescadores e armadores de atum nos Açores”.
E acrescenta: “Lamentamos profundamente o sucedido, pois ficou publicamente provado que a falta de conhecimento prévios de um setor por parte de quem decide, hipoteca o caminho do setor. Afinal, como poderá ser prejudicial a região, permitir que um barco pesque, uma espécie que migra pelo oceano? Esta pescaria é feita à tona de água, sazonalmente e sem fundeamento das embarcações. É certificada internacionalmente como Dolphin Safe, Friend of The Sea e Naturland. Para tal, há um programa rigoroso de observação, com muita informação publicada, que já dura há mais de 25 anos. A Pescaria do Atum nos Açores, é uma pescaria amiga do ambiente e já foi galardoada como a primeira pescaria livre de Plásticos no mundo”.
Segundo a APASA, “parece que não é prejudicial para ninguém, para além de um conjunto de decisores mal informados na RAA”.
“Exigimos assim respeito pelo trabalho que tem vindo a ser feito em prol desta pescaria, em prol dos pescadores e armadores e consequentemente em prol do desenvolvimento sustentável dos Açores. Não toleraremos situações como a que assistimos, em que uma decisão infundada e não ponderada, coloca em risco e põe em causa a viabilidade de um sector que emprega centenas de pessoas, e contribui fortemente para a economia através das suas exportações diretas e indiretas”, sublinha.
“De forma a tornar tudo muito mais claro e transparente, a APASA desde já, desafia os senhores Deputados interessados em conhecer a realidade, a participarem na próxima Assembleia Geral, e talvez perceberem e fazerem-se explicar, perante os armadores atuneiros que certamente não são representados por uma única pessoa, mas sim por muitas que diariamente produzem e geram riqueza para sustentar a nossa débil economia” conclui a APASA.