Em Portugal, para além das estatísticas oficiais, há algo que nos inquieta há décadas: a improdutividade económica. Num mundo altamente competitivo, esta realidade é uma sombra que afeta vidas e trava o progresso. Por termos sido irresponsáveis, legamos para as novas gerações mais este problema.
As causas: falta de investimento em inovação, excesso de burocracia, infraestruturas obsoletas e, por vezes, uma mentalidade que valoriza o imediato em prejuízo do futuro. As consequências: emprego dependente e pouco qualificado, carreiras pouco atrativas para os jovens, fuga de talentos, entre outras.
Mas não é só: o baixo reconhecimento do mérito leva à paralisação do mercado e das empresas, e estas, que poderiam ser globais e prósperas, estão presas a burocracias, crenças e preconceitos da velha ordem. Essa falta de visão, que aporta na falta de dinamismo económico e de originalidade no longo prazo, reduz a qualidade de vida e mina a confiança coletiva.
Estaremos condenados a ser eternamente uma nação pequenina? Onde está a tão falada, inestimável mesmo, resiliência do povo português? Onde param os resultados de sucesso em educação, empreendedorismo inovador, desburocratização, que reverta os ciclos de baixa produtividade e relance a esperança possível num futuro agitado internacionalmente?
A improdutividade económica nunca foi uma inevitabilidade. É uma escolha, muitas vezes inconsciente, mas sempre uma escolha. Cabe a todos – governo, empresas e cidadãos – transformar os desafios em oportunidades. Porque, afinal, o futuro só será promissor se começarmos a construí-lo hoje. Precisamos apenas de falar a verdade e ter a competência de misturar os ingredientes referidos acima. Politicamente, a esquerda falhou de forma sistematizada, e, sendo novamente eleita, vai repetir a fórmula do fracasso. A esquerda está esvaziada e desgastada. Acredito convictamente que só a direita moderada é capaz de quebrar o enguiço, tal como outrora.
A improdutividade nunca foi uma inevitabilidade. Na sua génese, é um problema de gestão pura e dura.
Luís Soares Almeida*
- Professor de Português
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