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Onésimo Almeida receia que tarifas de Trump prejudiquem produtos açorianos

O filósofo e professor universitário Onésimo Teotónio de Almeida afirmou que os “problemas” das comunidades luso-americanas estão em “suspenso” depois da eleição de Donald Trump e alertou para o risco de as tarifas prejudicarem as exportações açorianas
“Vim aqui falar dos problemas das comunidades luso-americanas e tenho de dizer que hoje tudo está em suspenso. Ninguém nos Estados Unidos, nem os eleitores que votaram em Trump, tem a menor ideia se o seu emprego está seguro ou se os seus investimentos vão continuar a render”, afirmou, falando no colóquio “Pensar a Diáspora”, organizado pelo Governo dos Açores, em Ponta Delgada.
O professor catedrático aposentado da Universidade de Brown, no estado norte-americano de Rhode Island, criticou o presidente norte-americano, Donald Trump, por “achar que está no direito de se comportar como um rei”.
“O tradicional equilíbrio dos poderes, o legislativo, o judicial e o executivo, deixou de existir porque só conta a vontade de Trump”, atirou.
Onésimo Teotónio de Almeida alertou, também, que as empresas açorianas deverão “sentir os efeitos da subida dos preços” caso a administração aplique as tarifas comerciais anunciadas.
“Se Trump for avante com as teimosas tarifas calculo que elas afetarão as exportações açorianas, pois encarecerão os produtos no mercado norte-americano. As tarifas impostas às importações do estrangeiro, a serem implementadas segundo as normas anunciadas por Trump, acabarão por afetar seriamente o nosso mercado da saudade”, lamentou.
O ensaísta, autor de “O Século dos Prodígios” (2018) ou “Obsessão da Portugalidade” (2017), defendeu que os “Açores e a comunidade açor-americana” devem “fazer pressão para evitar que o consulado americano em Ponta Delgada seja fechado”.
“Não se sabe ao certo o número de portugueses açorianos emigrantes ilegais, todavia deve ser diminuto. De qualquer modo, o baixo grau de criminalidade entre eles provavelmente deixá-los-á de fora do radar dos serviços policiais – com algumas exceções”, acrescentou.
O filósofo sugeriu ao Governo dos Açores a realização de um inquérito junto de empresários luso-americanos para incentivar o investimento na região e de intercâmbios com jovens para promover o arquipélago nos Estados Unidos.
Onésimo Teotónio de Almeida realçou, igualmente, a importância de tornar visível para os turistas as edições em inglês de escritores açorianos.
“As comunidades luso-americanas, no geral, estão de boa saúde. Integraram-se conseguindo o equilíbrio entre uma ligação afetiva aos Açores e uma assimilação dos valores da pátria adotiva”, sublinhou.
Na ocasião, o presidente da Assembleia Legislativa dos Açores afirmou que a relação entre os Açores e os Estados Unidos “vai muito para além de ciclos e protagonistas” e apelou à implementação de um “olhar estratégico que elimine barreiras e construa pontes”.
“Estou certo de que saberemos sem alaridos, com diálogo e diplomacia, ultrapassar mais este momento”, afiançou Luís Garcia.
Já o diretor regional das Comunidades sinalizou que existem cerca de 3 milhões de açorianos e descendentes espalhados pelo mundo e realçou que a diáspora “é parte integrante do desenvolvimento dos Açores”.
“As nossas gerações de açor-descendentes precisam de conhecer os Açores contemporâneos”, defendeu José Andrade.

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