Ser pai ou mãe é um papel considerado exigente e desafiador numa família, no entanto, mostra-se gratificante, uma vez que as figuras parentais são a influência mais determinante no comportamento de uma criança a curto, médio e a longo prazos.
Importa mencionar que a educação parental apresenta inúmeras vantagens, de entre as quais a melhoria na qualidade das relações entre pais e filhos, o ajudar a compreender as necessidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais dos mesmos, encorajando a imposição de limites efetivos e a definição de regras claras. Desta forma, a educação parental apresenta uma funcionalidade positiva e adequada quando existe o uso de estratégias disciplinares não violentas.
Muitos pais e cuidadores de crianças chegam até nós, profissionais de saúde mental, com determinadas dificuldades em lidar com comportamentos específicos dos seus filhos. Estas dificuldades podem demonstrar que muitas vezes a comunicação existente entre ambos, pais e filhos, não é a mais adequada, de forma a que possam estabelecer mudanças positivas no comportamento da criança. Nós temos a noção que existem diversos tipos de famílias e crianças que se encontram em diferentes faixas etárias e de desenvolvimento, no entanto, é importante a manutenção de uma comunicação e atenção positivas, persistência e consistência na forma como são estabelecidas as regras funcionais de cada família. Assim, a criança poderá estar previamente preparada para o que pode vir a acontecer ou quais as consequências se apresentar determinado comportamento, permitindo à mesma refletir sobre o que será aceitável ou não, para que possa tomar decisões acerca do comportamento a adotar perante algumas situações. Deste modo, estão viabilizar o seu bem-estar e consequentemente de todos ao seu redor.
É possível reconhecer que a existência de crianças felizes no seu próprio meio-ambiente contribui para a felicidade dos seus pais, cuidadores e familiares. Portanto, apraz-me garantir que os/as psicólogos/as estão disponíveis para orientar os pais ao nível das práticas educativas parentais, concedendo ferramentas ou estratégias que contribuem para o fortalecimento do desempenho positivo do papel parental, baseado na garantia do bem-estar integral da criança em termos de cuidado, capacitação sem violência, reconhecimento e orientação necessárias, fixação de limites, proteção, atenção, afeto, promovendo assim ambientes familiares estáveis e relações de vinculação seguras.
Aos pais: confiem nas vossas capacidades, aprendam com os erros e aproveitem para se divertirem na companhia dos vossos filhos.
Como forma de reflexão, aproveito para citar as palavras da autora Diana Loomans “Se tivesse que voltar a criar o meu filho, pintava mais com os dedos e não os usava para apontar. Corrigia menos e estabelecia mais ligações. Tirava os olhos do relógio e usava-os para observar. Preocupava-me em saber menos e saberia amar mais. Dava mais passeios e brincava mais com papagaios de papel. Deixava de estar mais séria, e brincava mais a sério. Corria mais pelos campos e observava mais as estrelas. Abraçava mais e afastava menos. Seria firme menos vezes e afirmava mais. Aumentava menos o amor do poder, e mais o poder do amor”.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Carolina Oliveira*
*Psicóloga do Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Oliveira