Portugal continental e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores adiantam os relógios uma hora na madrugada deste Domingo, 30 de Março, dando início ao horário de Verão.
Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios avançam uma hora quando for 1h00, passando a ser 2h00.
Na Região Autónoma dos Açores, a alteração será feita às 00h00, mudando para a 1h00.
A hora legal voltará a mudar em 26 de Outubro, para o regime de Inverno.
O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último Domingo de Março e no último Domingo de Outubro, marcando o início e o fim da hora de Verão.
Os dias vão ficar, assim, mais longos.
A mudança da hora é um pretexto para contar uma história sobre por que motivo Espanha não tem o mesmo fuso que Portugal.
José María Fernández-Crehuet, professor da Universidade Politécnica de Madrid – e especialista em questões de equilíbrio entre vida profissional e pessoal e ainda investigador sobre a utilização do tempo -, analisou recentemente no Podcast “EL MUNDO al día”, do jornal El Mundo, o impacto da mudança de hora.
A mudança de hora remonta a Sábado 16 de Março 1940, quando a Espanha de Franco mudou o fuso horário para GMT+1 (hora da Europa Central) – naquilo que foi considerado uma “simpatia de Franco com a Alemanha de Hitler”.
No entanto, 84 anos depois, a pergunta mantém-se: porque é que um país que está ao lado de Portugal tem, por exemplo, a mesma hora de Polónia – que está a mais de três mil quilómetros de distância?
“Cada país decide a sua hora oficial, que pode ou não coincidir com a hora solar. Em Espanha estamos uma hora à frente durante todo o ano – e somos um país onde o sol só brilha 9 horas no Inverno e 16 horas no verão. Apesar de conseguirmos um período de luz mais diurna no verão, provoca máximos históricos de consumo elétricos. Por isso, não é claro que o adiantar da hora tenha tantos benefícios de poupança energética como anunciam”, explica o especialista.
Apesar do maior benefício da mudança de hora ser “ter mais horas de luz”, Fernández-Crehuet diz que isso pode não ter tanto impacto na vida das pessoas como anunciam, uma vez que “e amanhece mais tarde, o nosso relógio biológico desperta também mais tarde”, e as pessoas tendem a sair dos trabalhos apenas quando o sol se põe.
Além disso, “este horário distancia mais Espanha de Portugal”, onde, lembra, as horas de almoço e jantar diferem bastante das praticadas em território espanhol.
“O melhor seria ter o horário de Londres e de Lisboa e fazer a mudança de hora como eles. A favor da mudança de hora, sim. Se tivéssemos o horário de Portugal ou de Inglaterra teríamos todos os benefícios de aproveitar o sol o máximo possível. Ajustamos a nossa vida à luz do sol, por isso almoçamos e jantamos mais tarde”, explica, acrescentando que “é bom mudar a hora para aproveitar as horas de luz”, mas há outros aspetos a ter em conta.