O eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral defendeu que “as comunidades de energia são fundamentais para descentralizar e democratizar o acesso à energia renovável a baixo custo, garantindo, desta forma, o aproveitamento das infraestruturas existentes, como os telhados das fábricas, edifícios públicos, entre outros”, durante a Conferência “Unlocking Investment for Energy Communities: Scaling up the European Energy Communities Facility”, que coorganizou no Parlamento Europeu em parceria com a Plataforma Europeia para as Comunidades de Energia (“European Energy Communities Facility”), uma nova plataforma, financiada pela União Europeia ao abrigo do programa LIFE, que visa capacitar e apoiar comunidades de energia em todo o território europeu, explorando estratégias para desbloquear investimento, bem como refletir sobre as oportunidades e os desafios que estas enfrentam.
Na ocasião, Paulo do Nascimento Cabral salientou que “a crise energética desencadeada pela utilização da energia como uma arma pela Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia, constituiu um alerta inequívoco quanto à vulnerabilidade da União Europeia e à sua dependência de fontes externas, desde logo do gás russo. Neste contexto, as comunidades de energia contribuem também para a segurança energética europeia, além de serem fundamentais para a transição energética ”.
Para o eurodeputado do PSD, as comunidades de energia “ao descentralizarem a produção, conseguem tornar o sistema mais resiliente, e ao conferirem poder aos cidadãos, contribuem decisivamente para a democratização do acesso à energia limpa, mais acessível, e a preços comportáveis para as famílias europeias. As comunidades de energia assumem um papel central na promoção da participação local, com projetos de base comunitária, da base para o topo, garantindo o reforço da flexibilidade dos sistemas energéticos e a otimização do aproveitamento dos recursos renováveis”.
“Estas comunidades de energia, são ainda mais relevantes, em zonas rurais, pois podem ser uma alternativa à falta de interesse de operadores privados, como também são uma oportunidade para integrar a produção de energia com práticas agrícolas já existentes, nomeadamente através da energia solar na agricultura ou da valorização de subprodutos agrícolas para fins energéticos. Esta complementaridade pode traduzir-se numa redução significativa de custos e uma maior eficiência na utilização dos recursos, tanto para os agricultores como para os consumidores de energia, ao mesmo tempo que gera novas dinâmicas económicas”, afirmou ainda Paulo do Nascimento Cabral.