O eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral defendeu que “o Pacto do Oceano é uma oportunidade para voltar a colocar a União Europeia a liderar esta agenda, aliando a proteção dos oceanos (e destaco o exemplo dos Açores com a definição de 30% do seu mar em áreas marinhas protegidas), com as atividades económicas como as pescas e os setores da economia azul. Este equilíbrio é fundamental quando a União Europeia importa 70% do pescado que consome e quando mais de 80% do comércio mundial se faz por via marítima”. No debate sobre o Pacto do Oceano, o eurodeputado acrescentou que “temos de aumentar a nossa segurança alimentar, combatendo também a pesca ilegal e promovendo condições equitativas às nossas para quem exporta para a União. Mas para isso precisamos de conhecimento científico, pois só podemos proteger aquilo que conhecemos. E neste âmbito, a criação do Observatório Europeu do Mar Profundo nos Açores é fulcral e promoverá a cooperação e sinergias entre os Estados-Membros da União Europeia nestas áreas”. Paulo do Nascimento Cabral alertou que “considerando a instabilidade geopolítica que atravessamos, temos de ter uma nova estratégia para o Atlântico, que inclua também a defesa, desde logo na proteção dos nossos cabos submarinos que atravessam o Atlântico”, pois caso algo aconteça, a União Europeia poderia ficar completamente isolada. Terminou a sua intervenção, dirigindo-se ao Comissário das Pescas e Oceanos, Costas Kadis, referindo que “temos de proteger as comunidades costeiras e a pequena pesca, desde logo das regiões ultraperiféricas, como os Açores e a Madeira, que dão à União Europeia a maior zona económica exclusiva do mundo. Para tal, é preciso restabelecer rapidamente o POSEI Pescas e permitir a renovação das frotas, modernizando e atraindo novas gerações para o setor”.