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Regresso às sortes de varas: Um retrocesso incompatívelcom a liderança ambiental dos Açores

A proposta de reintroduzir as sortes de varas nos Açores configura um retrocesso que põe em causa os princípios de sustentabilidade, ética e progresso que a região tem consolidado nas últimas décadas. Num momento em que o arquipélago se afirma como referência global em preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, recuperar práticas associadas ao sofrimento animal compromete a credibilidade e a imagem dos Açores no mundo.
Os avanços ambientais do arquipélago são inegáveis. Exemplos como o aumento de 30% das áreas marinhas protegidas e o reconhecimento de várias ilhas como Reservas da Biosfera pela UNESCO ilustram uma convivência exemplar entre as comunidades locais e o meio natural. Estes progressos reforçam a posição dos Açores como território de responsabilidade ecológica e liderança ética, projetando a região além-fronteiras.
É neste contexto que a reintrodução da sorte de varas surge como uma contradição inaceitável. Num tempo em que a sociedade valoriza cada vez mais o respeito pela vida animal e pela biodiversidade, práticas de violência gratuita não encontram justificação nos dias que correm — e muito menos na região que queremos ser. Os Açores, que têm sido exemplo na proteção de espécies marinhas e na promoção de atividades sustentáveis, não podem manchar o seu percurso com retrocessos civilizacionais de práticas medievais.
As consequências vão para além da esfera ética. Também a imagem turística da região, ancorada na sustentabilidade e no respeito pela natureza, sofreria danos irreversíveis. Num mercado global cada vez mais atento às práticas ambientais dos destinos, a manutenção de uma postura coerente é vital.
A defesa do património cultural deve fazer-se com responsabilidade e visão de futuro. Manter tradições não significa perpetuar práticas incompatíveis com os valores de uma sociedade evoluída, moderna e consciente. A força de uma identidade está também na sua capacidade de evolução, e os açorianos, ao longo da sua história, têm dado provas de resiliência e de adaptação.
Rejeitar a sorte de varas é, pois, mais do que uma opção política ou cultural, uma afirmação de princípios. É garantir que os Açores permanecem na vanguarda de um futuro ético e sustentável, consolidando o seu papel como exemplo para o mundo.

Jorge Alves Jorge

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