Edit Template

O povo saiu à rua num dia assim

“Por ocasião do 51º Aniversário desta revolução, o Povo vai sair novamente à rua, em homenagem à conquista da Liberdade em Portugal, após 48 anos de ditadura fascista, numa das suas expressões culturais mais genuínas e mais antigas (…)”

E foi graças ao povo na rua, em clara desobediência às ordens das forças armadas, que mandavam cada um se recolher em suas casas enquanto prosseguia o levantamento militar do MFA para derrubar o governo da ditadura salazarista/caetanista, que esse governo e a ditadura foram efetivamente derrubados sem que, excluindo a reação violenta da PIDE antes da rendição que ainda acrescentou ao seu negro currículo a morte de mais 4 portugueses (um dos quais, natural de Sto. António, Ponta Delgada), houvesse mais qualquer sangue derramado ou resistência violenta à ação desencadeada pelo movimento dos capitães em 25 de Abril de 1974.
Por ocasião do 51º Aniversário desta revolução, o Povo vai sair novamente à rua, em homenagem à conquista da Liberdade em Portugal, após 48 anos de ditadura fascista, numa das suas expressões culturais mais genuínas e mais antigas, um dos símbolos legítimos, tanto cultural como até histórico, da figura da resistência à ditadura, e do Povo Unido, nas associações culturais, cívicas e até desportivas de então, já antes redutos de liberdade e muitas vezes vigiados pela polícia política: as Bandas Filarmónicas.
Seis sopros de liberdade, num acontecimento inédito em Ponta Delgada, “invadirão” a Praça Gonçalo Velho, no próximo dia 25 de Abril, a partir das 15,30 horas.
As seis filarmónicas mais antigas dos seis concelhos da Ilha de S. Miguel, ECO EDIFICANTE (Nordeste); HARMÓNICA FURNENSE (Furnas, Povoação); BANDA LEALDADE (Vila Franca do Campo); FRATERNIDADE RURAL (Água de Pau, Lagoa); FILARMÓNICA TRIUNFO (Ribeira Grande) e FUNDAÇÃO BRASILEIRA (Mosteiros, Ponta Delgada), deslocam-se até à Praça, marchando pelas várias ruas do centro histórico da cidade, para interpretar cada uma delas, a música de uma de seis canções de José Afonso alusivas à ditadura e à revolução, cujos poemas serão previamente apresentados ou recitados por seis cidadãos da nossa praça e ligados à nossa cultura. Terminarão com um arranjo coletivo do Maestro Marco Torre para o Grândola Vila Morena e os Hinos dos Açores e Nacional.
Comemorando Abril, hoje, comemoram-se igualmente as suas conquistas e a Constituição que as consagra: a Paz, com o fim da guerra colonial; a Liberdade de expressão e de associação, com a extinção da polícia política (a PIDE) e da censura; a libertação dos presos políticos, a legalização dos partidos e dos movimentos cívicos, culturais e sociais; a instituição dos órgãos democráticos do Estado de Direito, incluindo as Autonomias Político-Administrativas dos Açores e da Madeira e os órgãos do Poder Local Democrático; a Justiça Social, com o salário mínimo nacional e a melhoria geral dos rendimentos; a liberdade sindical e os direitos laborais, e tantas outras conquistas que ajudaram a libertar o país numa luta que ainda hoje persiste, por uma vida melhor, menos desigual e mais justa.
Aqui fica o desafio para todos os interessados, numa organização em parceria da Associação Promotora das Comemorações do 25 de Abril em Ponta Delgada (APCPDL) e da Câmara Municipal de Ponta Delgada, com o apoio das restantes cinco Câmara Municipais da ilha de S. Miguel, de várias Juntas de Freguesia, Organizações Sindicais, Associativas e Partidárias, e da RTP-Açores.
25 de Abril, SEMPRE!

Mário Abrantes

Edit Template
Notícias Recentes
Francisco César denuncia apoio do Chega às tarifas dos EUA que afectam os produtos açorianos
Câmara Municipal de Ponta Delgada aprova voto de pesar pelo falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco
Comissão Nacional de Eleições recomenda ao Governo açoriano que retire publicidade institucional da sua visita à ilha do Pico
Hospital CUF Açores anuncia reforço da aposta no tratamento do cancro da mama
Preços das casas nos Açores sobem em menor percentagem
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores