A exposição de macrofotografia de insetos endémicos dos Açores “LIFE BEETLES: Pequenos em grande” foi inaugurada no Jardim Municipal das Lajes das Flores. No dia em que se assinalaram duas efemérides de grande relevância para a consciencialização ambiental, o Dia Mundial da Terra e o Dia Nacional do Património Geológico, Alonso Miguel, que esteve presente na inauguração da mostra , destacou “a relevância do projeto LIFE BEETLES, pelo seu contributo sólido e consistente para a conservação da biodiversidade da Região, bem como pela sua capacidade de sensibilizar e aproximar as comunidades dos valores naturais que definem a identidade insular”.
O Secretário Regional relevou que “a exposição de macrofotografia assume um papel essencial para a aproximação da comunidade local aos insetos, um grupo de seres vivos que, muitas vezes, passa despercebido e que nem sempre é devidamente valorizado”, pretendendo-se, deste modo, “desconstruir a percepção negativa frequentemente associada a estes pequenos seres, revelando a sua importância vital para o equilíbrio dos ecossistemas e para o funcionamento da natureza que nos rodeia”.
Alonso Miguel explicou que esta iniciativa pretende dar a conhecer o que de melhor se faz na Região em termos de investigação, conservação e educação ambiental, tratando-se apenas da segunda iniciativa do género nos Açores, e que tem percorrido as três ilhas abrangidas pelo projeto LIFE BEETLES, tendo já sido apresentada na Terceira e no Pico.
“As fotografias expostas, com rigor técnico e sensibilidade artística, permitem-nos ver mais de perto, com detalhe e clareza, aquilo que normalmente nos escapa ao olhar: a beleza, a complexidade e o valor destes pequenos grandes habitantes do nosso património natural”, acrescentou.
De acordo com Alonso Miguel, “estes projectos, com forte comparticipação comunitária e com coordenação directa da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, representam uma oportunidade única para capacitar a Região no domínio da protecção dos nossos recursos naturais, considerando que são uma alavanca essencial para a implementação de políticas públicas ambientais de excelência, contribuindo para que o património natural açoriano, único e insubstituível, seja preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras”.
O Secretário Regional reconheceu que o projeto LIFE BEETLES – Bringng Environmental and Ecological Threats Lower to Endangered Species é, neste contexto, um excelente exemplo do que se pode alcançar com uma estratégia concertada, bem delineada e sustentada numa visão de longo prazo.
Com uma duração de seis anos, até Dezembro de 2025, este projecto de conservação da natureza representa um investimento global de cerca de 1,77 milhões de euros, co-financiado em 55% pela União Europeia, e tem como principal objectivo aumentar a população, a área de distribuição e o estatuto de conservação de três espécies de escaravelhos endémicos dos Açores: o escaravelho cascudo-da-mata (Tarphius floresensis), na ilha das Flores, o laurocho (Pseudanchomenus aptinoides), no Pico, e o carocho-da-terra-brava (Trechus terrabravensis), na Terceira.O governante realçou que “a área de intervenção do projecto na ilha das Flores abrange cerca de 182 hectares, onde têm sido desenvolvidas intervenções de recuperação e renaturalização do habitat da espécie-alvo nesta ilha, o escaravelho cascudo-da-mata, através do controlo e remoção de espécies de flora invasora, da plantação de cerca de 4500 exemplares de espécies endémicas e da aplicação de soluções de engenharia natural em zonas de ribeira altamente degradadas”.