Edit Template

MOVA recomenda ao Governo açoriano a criação de uma política integrada para o livro e para a leitura

Preocupados com os baixos índices de leitura na região, patentes em dados como a baixa alfabetização de certas comunidades, o abandono escolar, ou o reduzido número de livrarias e de utilizadores das bibliotecas, o MOVA – Movimento Cívico pela Cultura dos Açores apresenta ao Governo Regional e outras instituições da região um conjunto de recomendações para a criação de uma política integrada para o livro e a leitura nos Açores. A medida central da proposta é a implementação de – pelo menos – uma biblioteca itinerante em cada ilha, articulada com as bibliotecas já existentes no terreno, sejam elas municipais ou regionais.
De acordo com o comunicado do MOVA, o livro promove as literacias, o pensamento crítico e a democracia cultural. Estimula a aprendizagem ao longo da vida, amplia horizontes e facilita a aquisição de competências cognitivas, especialmente em crianças e jovens. Além de preservar e disseminar o património cultural, o livro contribui para a redução de desigualdades sociais e fomenta a economia local através do setor livreiro. Assim, incentivar o acesso aos livros e promover a leitura são passos fundamentais para construir uma sociedade mais educada, justa e inclusiva.
A proposta do MOVA, de acordo com o documento, inclui uma série de ações focadas em quatro eixos principais: criação, edição, distribuição e promoção da leitura. Na área de criação, o movimento sugere a implementação de Residências do Livro, que apoiariam escritores, ilustradores, designers e outros profissionais envolvidos na produção livreira. A reactivação do Prémio Literário Daniel de Sá e o estímulo à criação de ficção em parceria com a RTP Açores são medidas propostas para fortalecer a produção literária local. Na edição, destaca-se a criação de uma “Biblioteca Açoriana Básica” para publicação de autores regionais, muitos deles remetidos ao esquecimento e a criação da “Nova Biblioteca Açoriana”, com as obras de artistas emergentes açorianos. Propõe-se que haja uma versão de bolso para estas colecções, mais economicamente acessível à população com menor poder de compra. Acrescenta-se ainda a aquisição de obras de autores açorianos para distribuição em bibliotecas públicas.
Quanto à distribuição, na mesma nota, o MOVA propõe a criação de uma rede regional de distribuição de livros, que beneficie tanto as editoras quanto os leitores, garantindo que as publicações regionais alcancem um público mais vasto, tanto interna quanto externamente, e um apoio às editoras para o envio de volumes de maiores dimensões por avião.
Na promoção da leitura e das bibliotecas, além da implementação das bibliotecas itinerantes, refere o Movimento que “é urgente reativação do Plano Regional de Leitura, com estratégias específicas para combater o analfabetismo e promover a leitura em todas as ilhas. Essa estratégia terá de passar por dotar também as bibliotecas escolares de recursos humanos e incentivar atividades criativas no exterior, equipamentos lúdicos, troca de livros e clubes de leitura. Sugere-se ainda a adesão das bibliotecas açorianas à Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, a revitalização das Lojas de Cultura para a venda de livros regionais, com horários mais alargados e a organização de Feiras do Livro anuais, que incluam a participação de livreiros, editores, autores e outros profissionais da área. A criação de uma rede de voluntariado para leitura em voz alta é outra medida destacada, visando promover a inclusão social e o prazer pela leitura entre públicos menos habilitados”.
Ainda de acordo coma informação disponibilizada, o MOVA sugere ainda ao Governo Regional que estas medidas sejam articuladas com o Ministério da Cultura, com a possibilidade de articulação com uma medida anunciada pelo Ministério antes da queda do governo, que visava trabalhar as Bibliotecas Públicas como Unidades Culturais de Território (UCT), com um conjunto de contratos-programa com financiamento governamental (no caso dos Açores poderiam conjugar o financiamento nacional com o regional) e que aproveitasse e complementasse esta medida com uma versão regional, promovendo a criação literária regional e a circulação regional e nacional dos livros e autores açorianos.
Estas recomendações, se implementadas pelo Governo Regional, articulando-as com autarquias, escolas e outros actores sociais locais, poderão transformar o cenário cultural e educativo dos Açores, promovendo um acesso mais amplo e democrático à leitura e fortalecendo a identidade cultural da região, lê-se na nota divulgada pelo Movimento Cultural.

Edit Template
Notícias Recentes
Procissão do Senhor dos Enfermos levará a bênção do Santíssimo a 15 doentes
II edição do “Associativismo Talks” vai decorrera 30 de Abril na Ribeira Grande
Dia Mundial da Dança celebrado no Teatro Micaelense
Concerto com programa dedicado a Mozart decorre no Teatro Micaelense, a 3 de Maio
Lagoa perpetua tradição com 29ª edição do concurso de Maios
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores