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Novo estudo alerta para a sobrepesca de três espécies de peixe Açores

Um estudo científico revelou que existe uma sobrepesca de três espécies de peixe de profundidade nos Açores.
O estudo realizou uma avaliação quantitativa dos stocks de quatro espécies-alvo da pesca de profundidade nos Açores: goraz (Pagellus bogaraveo), boca-negra (Helicolenus dactylopterus), pargo (Pagrus pagrus) e abrótea (Phycis phycis), tendo a avaliação estimado o Rendimento Máximo Sustentável (RMS), ou MSY (Maximum Sustainable Yield), para cada espécie, um conceito essencial na gestão pesqueira. O MSY representa a quantidade máxima de peixe que pode ser capturada anualmente sem comprometer a capacidade de regeneração da população, garantindo a sustentabilidade dos stocks a longo prazo.
Os resultados deste estudo revelam que o Goraz, boca-negra e pargo estão sobrepescados e as suas taxas de captura ultrapassaram historicamente o MSY, o que pode afectar a capacidade de recuperação desses estoques.
No caso da Abrótea, esta apresenta sinais de recuperação, podendo a sua captura ser próxima ao MSY, permitindo uma recuperação gradual.
Esta investigação utilizou o modelo SPiCT, combinado com séries de rotas de capturas desde 1950 e índices de abundância, para melhorar o desempenho do mesmo, seguindo boas práticas e directrizes internacionais de avaliação. Com isso, os estoques foram elevados à categoria de dados moderados (dados-moderados), ampliando a base científica para sua gestão.
“Embora alguns destes estoques demonstrem este estado sobre a pesca, é possível notar também, que já há aqui indício de que as populações estão recuperando-se, após a implementação destas medidas (…). Entretanto é importante mencionar que estas espécies, são espécies de profundidade, ou seja, são espécies que possuem um ciclo de vida muito longo, então isso faz com que elas tenham uma taxa de crescimento lento. E que a resposta para estas espécies, a estas medidas, não sejam tão visíveis a curto prazo”, declarou Medeiros Leal da Okeanos, co-autor de um estudo sobre a abundância em quatro espécies de valor comercial dos Açores, à Antena 1 Açores.
A principal recomendação dos autores recai em investir na melhoria do sistema de colecta de dados e adoptar uma gestão adaptativa que considere o MSY para garantir a continuidade da actividade piscatória e a sustentabilidade dos estoques pesqueiros.
“Os gestores e tomadores de decisão vão ter valores mais realistas para serem aplicados nestes tac´s e cotas. Estes valores passam a ser também mais estáveis, não havendo assim grandes oscilações e reduções (…). Agora os gestores e os tomadores de decisão, com posse desta informação, podem aplicar medidas, de forma a quem venham a assegurar a sustentabilidade das pescarias”, frisou Medeiros Leal.

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