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Só a indiferença…

Só a indiferença induzida ou a anestesia crítica dos olhos de muitos eleitores portugueses, tornará possível que a realidade, todos os dias mais clara de que o atual1º Ministro em gestão, estando no exercício das suas funções, tratou de negócios particulares, através de uma empresa familiar, com clientes que têm compromissos com o Estado, não implique um exemplar castigo eleitoral da coligação PSD/CDS que evite, para bem do nosso país, a sua eventual continuidade futura num cargo político de tal responsabilidade.
E, em lugar de já se ter demitido como seria a sua obrigação ética, é o próprio 1º Ministro quem está profundamente empenhado em garantir essa continuidade, para se salvar e salvar a sua política, usando e abusando para isso do cargo que exerce, mesmo em campanha eleitoral, e de uma estratégia comunicacional bem montada e bem suportada, para, ofuscando uma realidade que o compromete irremediavelmente, se mostrar aos olhos dos portugueses com a (sorridente) expressão de absoluta confiança no crédito que eles, distraídos da própria realidade, irão dar à sua “intocável” seriedade política…bastando para isso que eles e limite a anunciá-la de boca.
Tudo pode acontecer nos tempos que correm onde os factos perdem importância face às suposições, opiniões ou perceções, mas o que irá seguramente acontecer também é que os factos e a realidade, apesar de tudo, permanecerão inalteráveis. O que irá seguramente acontecer também é que os problemas e as dificuldades que aos mais diversos níveis são atualmente sentidos pelos portugueses, em consequência das políticas de direita praticadas, e que impõem a sua necessária e urgente correção, permanecerão os mesmos ou agravar-se-ão mesmo, se for dada no próximo dia 18, pelos eleitores, prioridade sobre tudo o resto à encenação da seriedade de Luís Montenegro.
Só a indiferença induzida ou a anestesia crítica dos olhos de muitos eleitores portugueses, permitirá que prevaleça o culto da estabilidade política (ou governativa?), acima da necessidade de resolução dos problemas que o país enfrenta, sacrificando com isso as já referidas como necessárias e urgentes mudanças políticas, tanto ao nível da melhoria geral de salários, do emprego ou da legislação do trabalho, como ao nível da prestação dos cuidados de saúde para todos, do acesso facilitado à habitação com a quota-parte da banca, dos equipamentos e pessoal em falta na educação, na proteção social e na erradicação da pobreza, no ajustamento das pensões, nas creches gratuitas, ou na defesa do ambiente.
Mas, infelizmente, são vários os indicadores de que muitas vontades e consciências, por indução de muita comunicação social e da inclinação subliminar das atuais lideranças dos dois maiores partidos, o PSD e o PS, serão mobilizadas para o seu “estabilizador” entendimento político pós-eleitoral, adiando-se mais uma vez, da parte do PS, a prioridade para por fim à atual instabilidade social que só pela esquerda poderá corresponder de forma justa aos interesses da maioria dos portugueses, os quais, com as atuais políticas, não têm parado de acumular prejuízos.
E só a indiferença induzida ou a anestesia crítica, agora dos olhos do mundo ocidental, torna possível que um estado (Israel), depois de as matar aos milhares à bala e à bomba, resolva impor por mais de 2 meses a fome acerca de um milhão de crianças e esteja a pensar ocupar a totalidade do território da Palestina que antes deliberou cercar militarmente sem que este mundo dito zelador da Carta da ONU e dos valores humanos e democráticos se preocupe, neste caso, com tais valores e impeça a continuação do massacre deliberado de todo um povo, tão obcecado que está, a pretexto da sua defesa, em estudar as melhores formas de extorquir dinheiro à Segurança Social e ao Estado Social de cada um dos países que o compõem, como Portugal, para aplicar no fabrico e uso de mais armas, a acrescentar às muitas que já possui…

Mário Abrantes

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