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Açores com reconhecimento internacional reforçado durante a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas

Durante a 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3), que decorreu na semana passada em Nice, França, os Açores foram um dos destaques com uma presença activa e reafirmando o compromisso da Região Autónoma com os objectivos internacionais de protecção do oceano.
O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, participou em vários fóruns oficiais, onde manifestou o alinhamento da região com os objectivos de conservação, em especial com a meta de proteger 30% do oceano até 2030. Durante a UNOC3, reafirmou o compromisso de implementar totalmente a Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA), aprovada no ano passado, antes de 2030, a meta definida internacionalmente na Convenção da Diversidade Biológica de Kunming-Montreal.
“Os Açores estão no coração do Atlântico e na linha da frente da conservação marinha. Os Açores reconheceram há muito que o nosso futuro está intimamente ligado ao oceano. A nossa região possui um ecossistema único e, recentemente, a maior Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Atlântico Norte”, afirmou José Manuel Bolieiro, durante o evento “Leading by Doing – Three Years of Progress and Meaningful Action Towards 30×30”, organizado pela Fundação Oceano Azul, onde representantes de alguns países se reuniram para reflectir sobre casos de sucesso, o caminho a percorrer para se atingir o objectivo 30×30 e o anúncio de novos compromissos na protecção de 30% do oceano.
“Hoje, enquanto nos juntamos em Nice para acelerar a acção e mobilizar todas partes interessadas pela conservação do oceano, os Açores reafirmam o seu compromisso para implementar totalmente a RAMPA até 2028”, acrescentou.
O exemplo da RAMPA e a presença dos representantes açorianos em vários eventos oficiais permitiu reforçar o reconhecimento internacional da região, que se coloca na vanguarda global no que respeita à conservação marinha. Prova disso, foi a forma como processo de revisão da RAMPA foi sendo celebrado e validado nos diversos eventos paralelos que decorreram durante a conferência.
Durante uma recepção de alto-nível promovida pelo Governo Regional dos Açores, a Fundação Oceano Azul e o Instituto Waitt, intitulada “Blue Azores: Driving momentum for 30×30”, Peter Thomson, enviado especial da ONU para o oceano afirmou: “Os Açores são a inspiração para todos nós. (…) 287.000 quilómetros quadrados! O nome dos Açores correu o mundo e inspiraram tantas pessoas a juntarem-se.”
No mesmo evento, a bordo do emblemático navio Santa Maria Manuela, Sylvia Earle, conhecida oceanógrafa e exploradora norte-americana, fez um apelo: “Fazer do século XXI o ponto de viragem – do declínio para a recuperação e estabilidade, encontrando o nosso lugar nos ecossistemas naturais que tornam a nossa existência possível. Juntos, tudo é possível. É uma mudança de coração e essa é a mudança mais importante de todas, olharmos de forma diferente para o oceano vivo.”
Além destes momentos, os Açores estiveram também representados no evento “Delivering on the 2030 Sustainable Ocean Economy”. O painel contou com a intervenção de Luís Bernardo Brito e Abreu. A sua apresentação centrou-se na RAMPA, destacando o contributo da região para a contabilização do capital natural do país e enquanto exemplo de implementação de políticas assentes em conhecimento científico.
A sociedade civil açoriana também marcou forte presença. No total, cinco organizações participaram na UNOC3: Save Azores Waves, Vidaçor, AESA – Azorean Business Association for Sustainability, Gê-questa e Escravos da Cadeinha.
“O mais importante foi colocar o oceano no centro da discussão. Mesmo que tenha sido apenas por uma semana, conseguimos pô-lo no palco do mundo. Para nós, enquanto organização da sociedade civil, foi fundamental: criámos experiências, partilhámos outras e, acima de tudo, foi um momento crucial para fazer um apelo à acção, afirma Fabiana Nogueira, da Gê-Questa.
Estas organizações tiveram a oportunidade de representar a voz da sociedade civil açoriana no centro da discussão internacional sobre o oceano. Destaca-se também a participação da Professora Helena Batista e aluna Catarina Castanho, da Escola básica e secundária de Santa Maria, no âmbito da iniciativa “Mini 30×30”.
Neste evento a aluna de Santa Maria, em conjunto com alunos de outras partes do mundo, teve a oportunidade de entregar ao Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para o oceano, Peter Thomson, uma carta subscrita por mais de 9000 alunos internacionais de incentivo aos Estados-Membros para um maior compromisso com a protecção do oceano, simbolizando o envolvimento das novas gerações nos fóruns internacionais de decisão.

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