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Praia do Monte Verde parcialmente interdita a banhos na sequência de análises microbiológicas

A zona nascente da Praia do Monte Verde, junto à foz de uma das ribeiras que nela desaguam, está novamente interdita a banhos.
A situação é consequência das mais recentes análises microbiológicas periódicas realizadas, que concluem a área como tendo água imprópria para banhos, com base nos parâmetros microbiológicos.
Em sequência das análises, solicitadas pela Câmara Municipal da Ribeira Grande, o Delegado de Saúde responsável determinou a interdição parcial da Praia, aguardando-se, agora, o resultado de contra-análises, a fim de se aferir da possibilidade da normalização da situação, com a abertura da área interditada, o que acontecerá apenas quando as análises à qualidade da água indiquem valores microbiológicos aceitáveis.
A presente interdição e as causas que estão na sua origem não são inéditas, sendo, aliás recorrentes. Aconteceu, por exemplo, nos verões de 2017 e 2018, devido à presença de bactérias fecais, reveladas em análises então feitas, pela Direcção Regional dos Assuntos do Mar, uma situação que, conforme, na altura assumia a edilidade, ribeiragrandense, seria ultrapassada com as obras de saneamento básico previstas e entretanto realizadas. Mas, precisamente há um ano, em Junho de 2024, o mesmo voltou a verificar-se. A causa terá sido “um volume anormal de pluviosidade na cidade que levou, inclusivamente, a enchentes nas vias circundantes. E toda essa água da enchente foi parar ao mar, concretamente, à praia do Monte Verde, que é o lugar onde desagua precisamente a ribeira da Ribeira Grande”, explicou, na ocasião, o Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, que, a propósito, garantiu que a questão dos esgotos que desaguavam em céu aberto para a praia do Monte Verde, estava “sanada”.
Acontece que, o parecer “negativo” à qualidade das águas junto à foz da ribeira há poucos dias realizada e que justifica a presente interdição, resulta dos valores registados na contagem de Enterococus e de Escherichia colo, bactérias que fazem parte da microbiota intestinal de humanos e outros animais. Ou seja, provenientes das fezes e urina…

Petição pública “rema contra
a maré”
Em Setembro do ano passado surgiu a petição pública “SOS Monte Verde”, a exigir medidas de protecção ambiental para aquela praia.
A abrir, o referido documento salienta que “Apesar de ser imensamente frequentada por banhistas e por surfistas (durante todo o ano), “não fez parte da Lista das águas balneares costeiras para o ano 2024, na Região Autónoma dos Açores” porque “as análises acusam, frequentemente, agentes infecciosos” e recordam que “no ano passado, surfistas foram assistidos no hospital com problemas gástricos e de pele”.
A petição argumenta que a Praia do Monte Verde “representa uma extraordinária mais-valia ambiental, económica e social para a cidade e o concelho da Ribeira Grande, bem como para o conjunto da Região Autónoma dos Açores, merecendo, como tal, o devido reconhecimento e atenção por parte das autoridades públicas”. Reconhecendo os planos para “a implementação de uma unidade de execução específica, da qual se espera que lhe mude a face para melhor, antes que se torne definitivamente irrecuperável”, os subscritores salientam que para se atingir tal objectivo, a Ribeira Seca, a Ribeira Grande e a Levada da Condessa, que ali desaguam, não poderão ter efluentes e esgotos de proveniência doméstica ou de explorações agrícolas, ou outras.
A par, são propostas várias medidas para mitigar o problema, que vão desde a penalização severa dos prevaricadores e fiscalização diária de toda a área, a realização de análises semanais às águas, e a criação de uma comissão multidisciplinar composta por membros da autarquia, governo, associações ambientalistas, associações agrícolas, utilizadores da praia, entre outros, para o acompanhamento dos trabalhos de concretização das medidas a implementar pelas várias entidades.
A Praia do Monte Verde é muito procurada por banhistas e bastante conhecida pelas ondas que proporciona, ideal para o surf e bodyboard, nela se realizando diversas competições de surf de índole regional e nacional. Também é procurada pelos praticantes de windsurf e kitesurf, por se encontrar virada a norte.

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