Um espaço ultrapassado, cheio de «remendos» e com profissionais divididos por três turnos, para ter capacidade para receber os 121 doentes em hemodiálise em São Miguel. É este o espaço do serviço de hemodiálise no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) que, dentro de alguns meses, vai dispor de mais quatro postos de hemodiálise numa sala adaptada de outro serviço.
Os deputados do Chega Açores, José Pacheco e Olivéria Santos, visitaram na Segunda-feira, aquele serviço e reuniram com a Presidente do Conselho de Administração do HDES, Paula Macedo, para constatar as dificuldades denunciadas recentemente pela delegação dos Açores da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.
“O espaço está ultrapassado, tentaram melhorar com «remendos», com salas adaptadas de outros serviços, mas faltam os planos funcionais e estruturais do HDES que, sem eles, nada se poderá fazer”, explicou José Pacheco que exigiu mais “velocidade e agilidade” nesta situação, “caso contrário não vamos ter hospital de futuro, mas no futuro, daqui a 5, 10 ou quinze anos”.
José Pacheco lembrou que apesar do serviço de hemodiálise estar contemplado nos planos funcionais do HDES, que ainda estão a ser analisados e discutidos, há depois todo um processo de análise, avaliação, projectos de arquitectura, planos estruturais e planos de especialidade, que demorarão possivelmente alguns anos a ser avaliados, até que se avance efectivamente com obras que, neste caso, darão outra capacidade de resposta ao serviço de hemodiálise.
“O Governo Regional é que apontou datas, apontou prazos, agora vai ter de se responsabilizar pelas datas que apresentou”, referiu o líder parlamentar do Chega Açores que deixou, contudo, uma palavra de apreço aos profissionais de saúde que tudo têm feito para proporcionar o maior conforto possível aos doentes que têm de ficar numa cama durante quatro horas, três dias por semana.
O Governo Regional já anunciou, entretanto, que vão ser feitos investimentos no serviço de hemodiálise dos três hospitais da Região e na unidade de hemodiálise do Pico, garantindo que este serviço não vai ser concessionado a privados.
“É esse o papel fiscalizador do Chega, averiguar as denúncias que nos transmitem, verificar nos locais o que se passa e também questionar o Governo Regional quando algo não está bem”, referiu José Pacheco que entende que este é um serviço que deve continuar a ser prestado pelo Serviço Regional de Saúde.