A candidata da Iniciativa Liberal (IL) à Câmara Municipal de Ponta Delgada, nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de Outubro, Alexandra Cunha, defende “uma política pública de longo prazo e articulada” para o combate às dependências e à exclusão social, que seja “emanada pelo Governo Regional, aplicada pela Autarquia e articulada com as instituições”.
“Defendemos uma política pública integrada de longo prazo, emanada pelo Governo Regional e aplicada pela Autarquia de Ponta Delgada, envolvendo uma articulação eficaz entre várias entidades”, afirmou, à saída de uma reunião com a CRESAÇOR, onde lamentou que “o que se passa em Ponta Delgada seja uma verdadeira vergonha, onde a liberdade dos cidadãos é, constantemente, colocada à prova, sem que se trate do problema que afecta diariamente os munícipes e os cidadãos com essas problemáticas”.
Para Alexandra Cunha, “o modelo de actuação no combate às dependências tem de ser alterado: Não podemos continuar a distribuir dinheiro, sem que se vejam acções, alterações e sem que se avaliem os resultados”, apontando como exemplo o novo Plano Regional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e Dependências 2025-2030, que se encontra em consulta pública.
“Veja-se, por exemplo, o caso do novo Plano Regional. O plano pouco ou nada difere do anterior. Necessita de ser feito de raiz, porque foram décadas de desleixo! Não podemos estar à espera de resultados diferentes e melhores, se continuarmos com as mesmas políticas e modos de actuação, cortando no financiamento”, constatou.
Neste sentido, a candidata liberal à presidência da Câmara de Ponta Delgada entende que “as autarquias poderão ter um papel importantíssimo, nomeadamente a Câmara Municipal de Ponta Delgada, no que concerne a essa matéria”, apontando que os Municípios devem ser “os parceiros privilegiados do Governo Regional na aplicação dos planos regionais, articulando toda a estratégia e acção com as entidades e instituições que estão no terreno a lidar com estas problemáticas”.
Alexandra Cunha vai mais longe e diz que, inclusivamente, “já todos constatamos que a Task Force criada pela Região para gerir estes casos não funcionou”, até porque, sublinha, “não se viram resultados ao fim de quase três anos”.
A cabeça de lista liberal sublinha que a Cresaçor (Cooperativa Regional de Economia Solidária, que criou uma Rede de Economia Solidária da Região, actualmente com 35 organizações cooperadoras em 6 das 9 ilhas dos Açores), “também defende a importância de uma abordagem estruturada e integrada para responder a problemas sociais críticos, como a toxicodependência e a situação das pessoas em situação de sem-abrigo, especialmente no concelho de Ponta Delgada”.
Durante a reunião de trabalho foi ainda relembrado que, “no passado, existia uma dinâmica eficaz entre Acção Social, Justiça, Saúde Mental, Polícia de Segurança Pública e Instituições, que permitia uma comunicação rápida e uma acção imediata em casos de urgência. Actualmente, essa articulação encontra-se fragilizada e a falta de habitação agrava as dificuldades na reinserção de pessoas vulneráveis”.
Alexandra Cunha reconhece que “as instituições e associações fazem um trabalho meritório”, só que, frisou, “não fazem milagres”, apontando que “a desarticulação entre entidades não é benéfica para ninguém, nem para a resolução do problema”. A Candidatura “Ponta Delgada Primeiro” considera que instituições de economia solidária dos Açores, como a CRESAÇOR, através da Rede Cores, “desenvolvem actividades económicas e sociais que promovem a reinserção social, pessoal e profissional de grupos em situação de maior vulnerabilidade, um trabalho importantíssimo que tem de ser articulado para que se consigam apresentar resultados positivos”.