Realizou-se no passado dia 18 de Julho de 2025, no Centro Interpretativo de Angra do Heroísmo, o seminário intitulado “Economia Digital: Impacto e Efeitos nas Micro, Pequenas e Médias Empresas”, uma iniciativa promovida pela Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH), em parceria com a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), e com o apoio da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
O evento, integrado nas comemorações dos 40 anos da CPPME, contou com uma sala cheia e reuniu representantes institucionais, académicos e empresários para reflectir sobre os desafios e oportunidades que a transição digital representa para o tecido económico de menor dimensão, com especial destaque para os contextos insulares.
A sessão de abertura esteve a cargo do Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Álamo Meneses, e do Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo, Marcos Couto, que sublinharam a importância da economia digital como vector de competitividade e coesão territorial.
Seguiu-se um painel onde se abordaram diferentes perspectivas sobre o tema. Filipa Ferrada, professora auxiliar na FCT – NOVA University Lisbon, destacou os impactos tecnológicos na gestão e operação das empresas, enquanto André Rocha, também docente da NOVA, apresentou o projecto que pretende a criação de uma verdadeira vila de empreendedorismo na Terceira.
Carlos Pereira, deputado na Assembleia da República e Vice-Presidente da União Interparlamentar, reflectiu sobre políticas públicas e o papel do legislador na inclusão digital e, por fim, Bruno Belo, Director Regional do Empreendedorismo e Competitividade, apresentou medidas regionais de incentivo à digitalização empresarial.
Seguiu-se uma mesa-redonda moderada por Duarte Pimentel, Director
Executivo do TERINOV, que dinamizou uma troca de ideias centrada em soluções práticas para acelerar a transformação digital nas MPME açorianas.
A sessão de encerramento esteve a cargo de Jorge Pisco, Presidente da Direcção da CPPME, que apresentou uma intervenção forte e estruturada sobre o papel decisivo das micro, pequenas e médias empresas na economia nacional. Pisco frisou que as MPME representam 99,9% do tecido empresarial português, são responsáveis por mais de 77% do emprego no sector privado e por cerca de 63% do volume de negócios.
Na sua intervenção, destacou a necessidade urgente de uma nova cultura de investimento tecnológico e de políticas públicas verdadeiramente inclusivas, que combatam a excessiva burocracia e que assegurem uma distribuição mais justa dos apoios e incentivos, frequentemente canalizados para grandes grupos económicos em detrimento das MPME. Apelou ainda a um compromisso político mais firme com a transformação digital e a valorização efectiva destas empresas, sobretudo nas regiões mais periféricas.