A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada recebe, no próximo dia 26 de Setembro, às 18h00, a apresentação do romance “Os Pássaros de Dódóia”, da autoria de Henrique Levy, vencedor do Prémio Literário Carlos de Oliveira 2025.
A sessão contará com intervenções de Ângela de Almeida e Alexandre Faria, que irão partilhar leituras e reflexões sobre a obra, num encontro aberto à comunidade.
Distinguido pelo júri do Prémio Carlos de Oliveira, “Os Pássaros de Dódóia” foi reconhecido pela sua reconstituição magistral do universo social e metafísico africano, pela densidade narrativa e pelo rigor estilístico. A personagem central, Dódóia, é uma mulher marcada pela adversidade, cuja sagacidade lhe permite transformar o destino e conquistar um lugar de destaque na sua comunidade.
A obra foi descrita como uma leitura fluida e envolvente, com uma linguagem rica e precisa, capaz de construir um mundo onde as personagens “parecem existir”. O romance mergulha com profundidade no imaginário africano, oferecendo uma abordagem simbólica e culturalmente densa, que reafirma Henrique Levy como uma das vozes mais promissoras da literatura contemporânea em língua portuguesa.
Henrique Levy, vencedor do Prémio Natália Correia 2022 com o romance “Vinte e Sete Cartas de Artemísia”, tem-se afirmado como uma das vozes mais relevantes da literatura açoriana contemporânea. A sua obra tem contribuído para revitalizar o panorama editorial dos Açores, valorizando poetas locais — antigos e contemporâneos — e amplificando a voz da cultura insular no contexto nacional.
Como coordenador da N9na Poesia, Levy tem desempenhado um papel crítico na visibilidade e curadoria da poesia açoriana, cuidando da sua qualidade literária e estética. Grande parte da sua ficção actua como instrumento de memória, reconexão cultural e afirmação identitária, inscrevendo os Açores na literatura com profundidade e originalidade.
Entre os seus romances destacam-se: “Bento de Goes – uma longa caminhada na Ásia Central” (2023): Romance biográfico sobre o jesuíta micaelense do século XVI, considerado um dos maiores exploradores da História de Portugal. A obra, que integra o Plano Nacional de Leitura, recupera esta figura quase esquecida, fundindo aventura, espiritualidade e interculturalidade, e inscrevendo a identidade açoriana na grande narrativa das explorações globais.