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Negrura

é um fim de tarde sem começo
e as nuvens no céu são velas de barcos
ou asas que os pássaros emprestam para voarem libertos
ao som do vento que lhes adeja o som da liberdade

os montes lá ao longe
cobertos de um verde esmeralda
parecem pousados sobre o corpo de uma deusa adormecida

com os olhos cintilantes das estrelas
que na noite nascem
e as árvores que lá rebentam de forma e raiz brotam
alargam os ramos para nos ramos das outras tocarem

como se as quisessem abraçar
já que aqueles que lhes cortam as hastes
e removem dos seus troncos o nascer das tábuas
que lhes farão os sobrados e os tectos das casas onde dormem

esses homens entre si não o fazem
e embora frutos de uma humanidade
usam nas suas mãos a maldade de atiçar o fogo que as há-de dizimar

e do monte e da deusa ou fada adormecida
um dia nada mais restará do que a negrura da cinza

e o mundo se esvairá do pólen
que espalha e cria a poesia

Victor de Lima Meireles

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