O cérebro é o órgão central do sistema nervoso e contempla diferentes capacidades, tais como a atenção, cálculo, perceção do que nos rodeia, organização e planeamento de várias tarefas em simultâneo, e a tão falada, a que nos permite não esquecer dos nossos compromissos, memória. Sabe-se que existe uma conexão entre estas diferentes capacidades, pelo que, perante dificuldades em uma delas, outras poderão sofrer interferência.
Vejo muita gente queixar-se de que “esqueci onde coloquei as chaves de casa” ou “saí de casa e esqueci-me da carteira” e a verdade é que estas queixas poderão não ser devido a esquecimento! Estamos todos tão habituados a fazer inúmeras tarefas em simultâneo, com os “pensamentos a mil”, sem estar no momento presente, como se estivéssemos em “piloto automático”, que não prestamos atenção ao que estamos a fazer.
Esta inatenção enquanto é realizada uma tarefa faz com que a memória não consiga reter a informação alvo! Tal, pode acontecer durante a realização de tarefas em simultâneo como também, em caso de distração por estarmos focados nos nossos próprios pensamentos, enquanto desempenhamos uma atividade em específico. É fundamental compreender as nossas dificuldades, a diferença entre elas e o que podemos fazer para combatê-las.
Neste sentido, é importante não esquecer que o cérebro é um órgão que pode ser treinado, como se se tratasse de um músculo, e que podemos, e devemos, recorrer a exercícios focados nas funções cognitivas superiores. Há uma panóplia de exercícios, e muitos de tão fácil acesso, que podem ser encontrados no nosso quotidiano (ex.: sentar numa esplanada, contar quantos carros passaram, a sua cor, depois fechar os olhos e recordar tudo o que vimos; criar listas de compras e memorizá-las).
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açoreanos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Daniela Viana Silva