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Desportistas do meu tempo – José Alberto da Silveira: De velejador a Presidente do Clube Naval da Praia da Vitória

Natural da freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, iniciou o seu percurso académico na Escola Primária da Base das Lajes, atendendo a que era filho de um militar da Força Aérea. De seguida, passou a ser passageiro habitual do autocarro dos estudantes para frequentar o Liceu de Angra. Entretanto, o pai foi transferido para Moçambique levando consigo a família. Aí completou o 2º ciclo e regressou a Portugal em 1969. Nesse mesmo ano, foi parar a S. Tomé onde, através das actividades da Mocidade Portuguesa aprendeu a velejar numa embarcação “Lusito”, de fabrico nacional, que mais tarde foi substituído pelo “Optimist”, de fabrico francês. Após ter concluído o percurso académico e cumprido o serviço militar na Força Aérea regressa aos Açores.
Em 1973, é fundado o Clube Naval da Praia da Vitória por 3 entusiastas dos desportos náuticos, Trindade (principal impulsionador), Silva (ex- funcionário das finanças) e o Machado (tesoureiro), os três já falecidos. O clube teve a sua primeira morada na rua Conde Vila Flôr na, então, Vila da Praia da Vitória. Dois anos mais tarde, é doado ao CNPV um terreno onde actualmente é a sua sede e, por sua vez, a marinha portuguesa cedeu um pequeno barracão para arrumação das embarcações existentes (um Vaurien e dois Optimist). Entretanto, em 1976, o José Siveira é convidado pela então direção do CNPV para organizar e dinamizar a secção de vela.
Mais tarde, no período em que o José Silveira assumiu a liderança do CNPV, a Direção Regional de Educação Física e Desportos organizou (1984) nas instalações do CNPV, um curso de auto-construção de canoas do mar (em poliester reforçado) orientado por José Casimiro, técnico e coordenador da Canoagem da Direção Geral dos Desportos. O curso teve o seu início com a montagem da oficina nas instalações do CNPV seguido da construção de uma primeira canoa através de um molde vindo de Lisboa. O curso foi frequentado por diversos jovens que colaboraram na construção de umas dezenas de caiaques que, posteriormente, foram distribuídos pelos clubes náuticos da região, dando origem à divulgação desta modalidade que não era conhecida nas ilhas açorianas. Posteriormente, a Federação Portuguesa de Vela em colaboração estreita com a DREFD e o apoio do CNPV, organizou o Campeonato Nacional das Escolas de Optimist na baía da Praia da Vitória, tendo sido uma enorme promoção da Vela a nível local e regional.
Em 2000, o Clube Naval da Praia da Vitória encontrava-se numa situação crítica pelo facto de ter poucos associados e sem qualquer actividade. O material existente encontrava-se em péssimas condições. Efectuou-se, naquela altura, uma campanha para a angariação de sócios que teve bons resultados. A construção da marina na Praia da Vitória foi fundamental para o arranque das actividades do CNPV. Os sócios, ainda hoje, beneficiam de um desconto na utilização da marina. Desde então, o CNPV tem sido um dos clubes náuticos mais conceituados dos Açores, graças ao grande dinamismo implementado nos desportos náuticos e aproveitamento das condições naturais da baía da Praia da Vitória. Actualmente, os seus velejadores são campeões regionais na classe Optimist, com participações regulares em provas de âmbito nacional. O CNPV posui cerca de 200 sócios e duas parcerias na área do mergulho e desportos radicais.
O José Alberto da Silveira, profissional do Gabinete de Apoio à Comunicação Social (1976/2018) foi sempre, ao longo da sua vida, uma pessoa dedicada aos desportos náuticos e um dirigente dinâmico na criação de escolas de ensino-aprendizagem para os mais jovens. A sua influência nas acções de aperfeiçoamento dos velejadores fez com que o CNPV alcançasse bons resultados nas competições regionais, como é o caso da velejadora Matilde Moules que ficou apurada para participar no Campeonato Europeu da classe Optimist.
O José Silveira é um Dirigente prestigiado, com obra feita, no Clube Naval da Praia da Vitória. Guardo grandes recordações deste concelho onde eu residi durante as duas primeiras décadas da minha vida.

Eduardo Monteiro

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