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Golfe cresceu mais nos Açores do que no Continente

O volume de negócios gerado pelos campos de golfe, em Portugal, supera o observado em período pré-pandemia, ou seja 2019, em mais de 40%.
A Região Autónoma dos Açores, embora represente apenas 1% do número de voltas totais em Portugal, foi das regiões que mais cresceu.
Estes são os resultados do Estudo Impacto Económico do Golfe em Portugal, promovido pela Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e pela Confederação de Turismo de Portugal (CTP), desenvolvido pela Ernst & Young Parthenon, que pretende analisar a evolução do Golfe em Portugal de 2019 a 2023 e estimar o seu impacto económico no mesmo período.
O mercado do golfe nos Açores é essencialmente constituído por praticantes portugueses (85%) e por sócios (83%).
Os praticantes estrangeiros representaram em 2023, 15% dos praticantes.
A dimensão do mercado do golfe na Região Autónoma dos Açores diminuiu em cerca de -42% entre 2019 e 2020, sendo sustentado quase na sua totalidade por golfistas portugueses (97%) no início da crise pandémica, mas foi das regiões que mais cresceu entre em 2019 e 2023 (+20% de voltas).
A região tem um perfil de prática ao longo do ano distinto do padrão nacional, com um peso mais significativo dos meses de Verão.
“Com o crescimento do turismo nos Açores, a abertura de novas rotas e o surgimento de novas unidades turísticas, o Arquipélago dos Açores tem ainda muito potencial de crescimento, quer a nível a nível interno e nacional, quer a nível externo”, refere Nuno Sepúlveda presidente da direção do CNIG.
Já a Região Autónoma da Madeira foi das regiões mais afetadas pela crise pandémica, mas consolidou a recuperação em 2023.
No caso da Madeira, 35% dos jogadores são provenientes da Dinamarca, 25 % são portugueses, 9,6% são oriundos da Alemanha e 8,4% chegam do Reino Unido.
O Algarve distingue-se claramente no panorama nacional como a principal região para a prática do golfe, com um forte posicionamento no mercado internacional, que lhe permite captar 62% das voltas em Portugal, maioritariamente de praticantes estrangeiros, em particular britânicos (cerca de 46% das voltas na região).
Seguem-se os praticantes de origem sueca (8%), os portugueses e os alemães (ambos com 7%) e, em quinto lugar praticantes oriundos dos Países Baixos (3,5%).
De forma direta, o setor contribuiu, em 2023, com 120 milhões euros para o PIB nacional.
Grande parte do VAB gerado pelo setor resultou de campos localizados na região do Algarve (100 M), refletindo a distribuição territorial dos campos e das voltas.
No mesmo ano, as exportações diretas do setor ascenderam a 149 M.
Quando considerados os efeitos catalisados da atividade do golfe, o seu impacto global ascende a 4,2 mil milhões de euros, ou seja, contribui para cerca de 1,6% do PIB nacional.
Associado a este impacto, o setor contribuiu para a criação de mais de 110 mil empregos (equivalente a tempo completo), correspondendo a mais de 2,2 mil milhões de euros em remunerações.
A estes impactos também acrescem os no imobiliário e construção decorrentes dos investimentos em turismo residencial por parte dos visitantes.
O valor económico do setor, medido tanto pelo seu contributo para o PIB, como para as exportações e emprego, é acompanhado por um outro impacto que não se observa em outras atividades do setor: o contributo para a redução da sazonalidade da procura turística em Portugal.
Pela elevada procura de golfistas estrangeiros, em meses fora da época alta do turismo (junho a setembro), o golfe tem servido de mecanismo estabilizador da atividade nos setores de alojamento e restauração, entre outros.
O número total de voltas cresceu 5% em 2023, em relação a 2022, com um total de 2 412 612. Também o número de voltas aumentou após o fim da crise pandémica (+12% entre 2019 e 2023.
Em 2023 o perfil de visitantes por origem voltou a alinhar-se com a realidade pré- pandemia com o claro predomínio de golfistas estrangeiros (74%).
Ainda assim merece destaque o ligeiro reforço da quota de sócios no total de voltas nos últimos dois anos (31%) face a 2019 (27%).
“A recuperação da prática do golfe é relevante para o próprio setor, mas também para o turismo e a economia portuguesa, uma vez que o seu valor económico não se esgota no rendimento e empregos gerados nos campos de golfe.
Para além do efeito de arrastamento gerado pelos seus consumos intermédios (manutenção, reparação, utilities, mercadorias), o golfe em Portugal atua também como alavanca da procura de alojamento, restauração, transportes, comércios e atividades de lazer, fruto da capacidade de atração de praticantes estrangeiros com maior poder de compra que o “turista médio”, gerando um impacto por hóspede mais significativo”, sublinha Nuno Sepúlveda presidente da direção do CNIG.
Os praticantes de golfe britânicos assumem um peso relevante no número de voltas totais, contribuindo para a redução da sazonalidade turística
O Reino Unido é o maior mercado emissor de turistas de golfe para Portugal – segundo os apuramentos efetuados junto dos campos de golfe do CNIG, representa cerca de 33% do total de voltas em 2023 – posição que já ocupava antes da pandemia e que tem vindo a ser consolidada.
Os praticantes de golfe britânicos destacam-se pelo seu peso na região algarvia (cerca de 46% das voltas, em 2023), justificando-se, consequentemente, o seu impacto a nível nacional, dado ser esta a região que acolhe o maior número de campos e de voltas no país.
Nas restantes regiões do país os praticantes portugueses representam o principal mercado emissor – com especial relevância na Região Autónoma dos Açores e no Norte – com exceção na Região Autónoma da Madeira, onde a Dinamarca lidera o número total de voltas (cerca de 35% das voltas em 2023).
Entre os principais mercados emissores, em 2023, também se destacam os praticantes de golfe suecos (6%), alemães (6%) e franceses (4%).
Os EUA são o único mercado não europeu a integrar o top 10 de voltas em Portugal, representado já 1,2% dos principais mercados emissores.
Os períodos de maior intensidade de praticantes de golfe ocorrem entre Março e Maio e entre Setembro e Novembro, contribuindo desta forma para a redução da sazonalidade turística em época alta (entre Junho e Setembro).
O mês de outubro continua como o mês preferido para a prática de golfe, seguido de Abril e Maio.
O Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) representa a indústria do Golfe em Portugal. Fundado em 1995, é uma associação sem fins lucrativos que funciona como agregador do sector do golfe, defendendo os interesses das empresas proprietárias dos campos de golfe junto de todas as entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. Contando com a participação de 80% do universo das empresas que detêm campos de golfe comerciais em Portugal, procura soluções para os desafios do sector do golfe e ajuda a definir uma estratégia comum, estabelecendo prioridades e propondo medidas adequadas à prossecução dessa estratégia.

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