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Comissões de Trabalhadores da Azores Airlines e da SATA Air Açores manifestam preocupação com “interferência política no futuro da SATA”

Em comunicado enviado às redacções, as Comissões de Trabalhadores da Azores Airlines e da SATA Air Açores manifestaram “profunda preocupação com o futuro do Grupo SATA. Face à notícia publicada no Diário Insular a 28 de Dezembro, envolvendo o Dr. Artur Lima, membro do Governo Regional dos Açores e único accionista da SATA, reafirmamos a nossa firme oposição à ingerência política na gestão de uma empresa vital para a conectividade e o desenvolvimento socioeconómico da nossa região ultraperiférica”.
Primeiramente, “a SATA transcende o papel de uma empresa de transporte aéreo. É um símbolo da ligação histórica e vital entre os Açores, Madeira, o Continente e a Diáspora. A sua missão é fundamental para o turismo e o progresso socioeconómico das regiões insulares, sendo uma âncora de sobrevivência e prosperidade. Defender a SATA é preservar o nosso património e assegurar o futuro da nossa identidade regional”, revelam.
“A crescente interferência de interesses políticos na gestão da SATA tem colocado em risco o funcionamento e a sustentabilidade da empresa. Decisões orientadas por agendas partidárias, em detrimento de critérios técnicos e económicos, geram ineficiência, má gestão e comprometem o futuro da companhia. Questionamos, com preocupação, se o Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores concorda com as declarações do seu Vice-Presidente de que a TAP presta um melhor serviço aos Açores do que a SATA. Tal posição, se verdadeira, não só ignora os sacrifícios e o trabalho árduo dos trabalhadores da SATA, como também desconsidera o papel crucial da empresa no dia-a-dia das populações açorianas e no desenvolvimento regional”, declaram as comissões.
“Reivindicamos uma gestão independente, conduzida por especialistas do sector e baseada em princípios técnicos e económicos sólidos. A autonomia da empresa é essencial para garantir a estabilidade financeira e o cumprimento dos serviços essenciais. Manifestamos também a nossa estranheza e preocupação com a apressada alienação da Azores Airlines a um interessado que já tinha demonstrado interesse anteriormente, mas cuja proposta foi, à época, descartada pela própria Região”.
As Comissões manifestam que “este retrocesso levanta questões sérias sobre os critérios adoptados para a venda e os reais objectivos por detrás desta decisão. Além disso, consideramos completamente desequilibrada, desajustada e prejudicial a pretensão de separar e alienar a unidade de handling da SATA. Este serviço é uma peça essencial para a operação integrada da companhia e para a sua viabilidade financeira. A sua separação enfraqueceria ainda mais a estrutura da SATA, prejudicando trabalhadores, a qualidade do serviço e, em última instância, as populações açorianas que dependem desta operação”.
Ainda, exigem transparência e responsabilidade: “A população tem o direito de conhecer as verdadeiras intenções por trás das decisões políticas que afectam directamente o futuro da SATA. Exigimos maior transparência nas acções do governo e na gestão da empresa, com a garantia de que todas as escolhas sejam feitas com base em estudos detalhados e consistentes que considerem as necessidades da população e a sustentabilidade do serviço”.
“É urgente que a SATA seja parte de uma estratégia nacional de transportes que contemple as especificidades regionais. O futuro da empresa precisa ser pautado por uma política de aviação pública que assegure o desenvolvimento regional e a interligação do arquipélago açoriano, da Madeira e do Continente com qualidade, regularidade e eficiência”, apelam.
“Este manifesto é um apelo para a defesa do que é justo e necessário: uma SATA forte e independente, capaz de ser um pilar da conectividade nacional e regional, promovendo a união entre as ilhas e com o resto do mundo. Não podemos permitir que uma empresa essencial para o desenvolvimento da nossa região seja usada como instrumento político ou fique à mercê de interesses partidários e de privatizações apressadas e mal estruturadas”.
“Concluímos este manifesto com um apelo à sociedade civil, às entidades regionais e ao governo central: Não permitam que a SATA se torne um peão na guerra política. Lutamos pelo direito a um futuro melhor, que assegure à nossa empresa aérea o lugar que ela merece, com autonomia, responsabilidade e um compromisso firme com as necessidades das comunidades insulares”, finalizam.

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