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Peixe do meu quintal – Trump – Limiar do absurdo

Sentado comodamente em casa, a temperatura exterior marca 14 graus negativos. Adivinharam! Estou no Canadá e a contar – quase aflitivamente – os dias, para regressar ao paraíso chamado Açores.
Tudo está em polvorosa. Trudeau demitiu-se. O Primeiro-Ministro canadiano, pressionado pelo seu partido – Partido Liberal do Canadá – acabou por sair como chefe do partido, ficando, no entanto, como primeiro-ministro até à solução do problema, que passará por eleições antecipadas.
Eu só vinha, calmamente, passar as Festas com familiares e com eles passar uns dias calmos.
Mas as temperaturas são gélidas demais para o meu velho sangue e ficar em casa em prisão domiciliária, condenado pelo frio lá fora, já não é para mim, embora tenha passado aqui toda a minha juventude e boa parte da idade adulta.
E, de repente, lá no Sul, em Los Angeles, mais de mil casas ardem, por fortíssimo incêndio ajudado por ventos com rajadas que os 100 km. Um verdadeiro inferno, atingindo mansões de atores e atrizes famosos, em Hollywood. Destruição, mortes e milhares de pessoas evacuadas, neste mega incêndio que tem muito de suspeito de mão criminosa. Veremos dentro de dias com as investigações a decorrer.
Contraste com o frio do Norte, onde são já milhares os bombeiros a combater as chamas.
Depois temos as afirmações apolíticas de Donald Trump, dizendo que o Canadá se deveria transformar no 51º estado norte-americano e que vai mudar o nome do Golfo do México, que se passaria a chamar de Golfo da América.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, já veio a terreiro afirmar que os EUA terão que devolver todo o Novo-México que, segundo ela, foi roubado pelos americanos.
Está assim declarada a guerra (por ora económica) de Trump aos seus vizinhos do Norte (Canadá) e Sul (México). E tudo isto, ainda sem ter tomado posse como presidente.
Estão lançados os dados por Trump: Tarifas alfandegárias e taxas aduaneiras de 25% em todos os produtos que entrem nos EUA vindos do Canadá.
Trata-se de uma estratégia de intimidação que está chegando a partir do próximo dia 20 de janeiro, com a tomada de posse de Donald Trump. Ele quer manter e até aumentar o poder económico americano, mas tudo isso será feito à mesa das negociações. O Canadá exportou, em outubro e novembro últimos, cerca de 6 mil milhões de euros, sobretudo em produtos florestais, madeira, alumínio e eletricidade. Todo o Estado de Nova Iorque é iluminado pela Central Hídrica do Quebéque (Hidro-Québec), bem como alguns estados fronteiriços. Cerca de 5 milhões de edifícios e domicílios americanos recebem energia elétrica do vizinho do Norte.
Tudo leva a crer que Trump está a dar sinais da sua agenda numa próxima mesa de negociações com os seus vizinhos.
Como se não bastasse, Elon Musk, conselheiro de Trump e o homem mais rico do planeta, abriu outra polémica, ingerindo-se na política internacional, ao chamar de “menina” a Justin Trudeau, agora ex-primeiro-ministro canadiano.
No meio de tanta confusão, conto os minutos para regressar às (ainda) pacíficas Ilhas Açorianas, onde estas questões parecem doutro planeta.

José Soares

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