O Chega reuniu com dirigentes do SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores do Sector da Aviação Civil, tendo como pano de fundo a situação do Grupo SATA e a preocupação dos trabalhadores em relação ao futuro das várias empresas do Grupo.
Os deputados José Pacheco e Olivéria Santos ouviram as preocupações do sindicato, que entende que com a possível venda da Azores Airlines [que faz as ligações dos Açores com o exterior], a Sata Air Açores [que realiza as ligações inter-ilhas] não irá conseguir sobreviver a médio prazo, já que depende muito do fluxo e dos serviços da Azores Airlines.
Esta é uma questão que preocupa o Chega, tal como reforçou o líder parlamentar, José Pacheco, que refere que são muitas as famílias que dependem do Grupo SATA. Mas, “tal como acontece numa empresa normal, se houver necessidade de haver algum despedimento, pois que haja. Não podemos é andar sempre numa chantagem, acenando com elevadas taxas de desemprego que daí poderão surgir”.
Para José Pacheco “este ano, temos o dever moral de arranjar uma solução para a SATA”, que além das rotas deficitárias, empréstimos ruinosos, também tem a questão da base da Azores Airlines ser em Lisboa, acarretando custos avultados e impedimentos das horas de voo de pilotos e tripulação, causando constrangimentos à operação.
Quando se fala numa solução, o parlamentar destaca, por exemplo, num plano para reformas antecipadas, com compensações que possam ser atractivas para os trabalhadores. “Com o prejuízo que a SATA deu na última legislatura e está a dar na actual, esse dinheiro distribuído pelos trabalhadores, dava uma compensação fantástica a cada trabalhador da SATA”, disse.
O problema da SATA, continuou, não é culpa dos trabalhadores, mas sim da má gestão contínua ao longo dos anos. “A SATA está pessimamente gerida, é catastrófico e os Açorianos é que estão a pagar este prejuízo. A gestão da SATA é péssima e não melhorou com a mudança de Governo, porque continua a dar prejuízo”, reforçou José Pacheco.
Aliás, reforçou o líder parlamentar, “o problema da SATA é um problema dos políticos, que querem voos todos os dias e a toda a hora para a sua terra, para ter eleitorado, mas quem paga são os contribuintes, isto é completamente errado. Haverá os voos que houver necessidade e que possamos pagar”. Para o Chega, os açorianos têm o direito de saber toda a verdade sobre a SATA, mas essa informação tem sido ocultada – até dos legítimos representantes dos açorianos, os deputados. O Chega diz que já fez vários requerimentos ao Governo, pedindo informações sobre rotas deficitárias, o custo, a ocupação, mas as respostas não são transparentes devido ao “segredo comercial”. Motivo pelo qual o Chega está a preparar uma queixa, a ser apresentada na União Europeia, por lhe estarem a ser vedadas informações fundamentais sobre uma empresa pública.