Depois do que vimos no passado fim de semana, desde Mariana Mortágua a ensaiar um ritual carnavalesco com um grupo de manifestantes e a ter assistido a todo um discurso artilhado para provar que Portugal é um país racista, a conclusão a que podemos chegar é de que necessitamos de uma intensiva cura existencial.
Não podemos aceitar que se diga que Portugal é um país racista. É completamente falso! Esse discurso, com origem na esquerda inconsciente, que incendeia atitudes de ressentimento na população, tem como consequência o pior que poderíamos esperar. Andem pelas ruas, entrem nos cafés ou ouçam os nossos jovens, e verifiquem que muitos, indignados que lhes chamem racistas e xenófobos – sem realmente o serem – querem aderir a forças extremistas. Essa cultura efabulatória de esquerda é um desastre para o equilíbrio das instituições. E só não se entende como os ditos moderados, como Ferro Rodrigues, Vera Jardim, entre outros, se tenham rendido à modinha de rua de Mortágua.
O Bloco de Esquerda e os seus dirigentes provaram ser irresponsáveis nos argumentos, pueris nas atitudes, e reacionários. Estão sempre contra a direita moderada, mesmo que dela venham as melhores práticas políticas. Por isso não se entende, como não se admite, que repitam uma e outra vez que Portugal é um país xenófobo. E não se admite que o façam na via pública, como forma de chamar a atenção de pessoas menos esclarecidas. Tais comportamentos atentam contra a dignidade nacional. Politicamente é um erro crasso. É como lançar gasolina sobre um incêndio incontrolável.
E, por último, se não aceitam Luís Montenegro como pêndulo da estabilidade social e política, legitimada por sufrágio direto e universal, então revejam os fundamentos das democracias liberais. Sobretudo respeitem a legitimidade e autoridade do Estado, por sinal de direito e constitucional. Pelo caminho, também podem aprender com Martin Luther King e outros autores esquecidos.
Luís Soares Almeida*