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E se eles não existissem?

“O período pós pandémico parecia-me ser favorável para a humanidade, considerada em sentido lato, ao proceder a uma reflexão do passado recente e as implicações decorrentes de um tempo de difícil controlo em termos humanos na saúde, no relacionamento e mesmo profissionalmente.”

Estamos a atravessar, já há alguns anos e a nível mundial, um período de instabilidade no que concerne os relacionamentos humanos nos mais diversos aspetos, sendo minha opinião que a situação tende a agravar-se cada vez mais, podendo mesmo admitir-se que se está a caminhar apressadamente para um fim inglório para muitos dos dirigentes políticos.
O período pós pandémico parecia-me ser favorável para a humanidade, considerada em sentido lato, ao proceder a uma reflexão do passado recente e as implicações decorrentes de um tempo de difícil controlo em termos humanos na saúde, no relacionamento e mesmo profissionalmente. Essa reflexão, com base no passado efetivamente sofrido por milhões, não levou a que fosse possível proporcionar uma melhoria de vida assente numa valorização deste relacionamento humano, embora não exclusivamente.
Na minha opinião a situação piorou, levando a que se tenha perdido a noção de justiça e de honestidade, servindo a mentira dita de modo descontrolado e descarado (agora pomposamente identificada por fake news) como justificação para tudo e mais alguma coisa, como se usa dizer.
Para esta disseminação de informação falsa, enganosa ou imprecisa contribuíram sem dúvida as numerosas e sempre crescentes em número, redes sociais fundamentalmente com o fim de confundir e mais grave manipular as pessoas. Esta manifesta manipulação é, em princípio, tanto mais grave quanto a pessoa que a “recebe” está menos preparada para analisar e fazer a destrinça entre verdade e falsidade, sendo mais recetivos à “não verdade” (o falso por vezes é tão evidente que não se percebe como pode ser aceite).
No dicionário Oxford sobre as fake news, é referido que os “factos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais para moldar a opinião pública. É utilizando essa caraterística que são criadas e divulgadas notícias com a intenção de obter vantagens económicas ou politicas”.
Em pleno século XXI são numerosos os políticos que beneficiam das fake news, do modo muito consciente para atingirem os seus objetivos.
Os exemplos máximos, quanto a mim, em termos de governantes são Trump, Putin e Netanyahu sendo no entanto possível encontrar seguidores de qualidade “inferior” em outras e numerosas posições de governação, em diversos países e mesmo a nível nacional. Pobres amadores que inconscientemente e por falta de qualidade politica tendem a ser uma fraca imitação daqueles que pretendem reproduzir.
As três “pobres” figuras que referi anteriormente conseguem ser verdadeiramente nefastas e pior do que serem produtores frequentes de fake news, contribuem para tal ao criarem e/ou controlarem redes sociais como é o caso de Trump e Putin, que estão de tal maneiras enredados entre si nas suas decisões políticas e dependência que, muitas das vezes, se deixa de saber quem é quem ou mesmo quem influência quem.
Trump e Netanyahu governam em países que se crê serem democracias, enquanto que Putin tem todo o seu poder suportado por uma ditadura. Em minha opinião, apesar disso, nada os distingue quer nas suas nefastas decisões ou consequências resultantes das mesmas.
Todos eles destroem quer no que respeita infraestruturas ou vidas, sem terem qualquer pudor nestes actos, antes porém tendo como objetivo mostrar o seu poder, a tendência para se verem únicos e encarando a ideia que o futuro lhes dará um lugar de relevo na história. Mesmo que tal se venha a revelar negativo, como por exemplo, nos casos específicos de Estaline ou Hitler que realmente fazem parte da história pelas piores situações, embora por incrível que pareça ainda, hoje em dia, tenham algumas aberrações como seguidores.
Todos eles combatem a livre expressão, quer expressa verbalmente quer escrita, matando a crítica satírica porque ela não lhes é favorável. Trump de modo autocrático e raiando mesmo a loucura, afirmou recentemente: “a abertura jornalística sobre mim é ilegal”.
Que o digam Jimmy kimmel no seu programa televisivo, suspenso pelo respetivo canal de televisão onde trabalhava e por exigência de Trump, o qual ameaçou a perda da licença de emissão de radiodifusão pela entidade empregadora. A pergunta que me surge de imediato é sobre a existência da denominada primeira emenda, que entre outras é o garante absoluta da liberdade de expressão e religião no contexto americano. Para que serve?
Os “medos extremos” estão implementados e as mordaças usadas na Rússia ou em Israel, relativamente a jornalistas principalmente palestinianos neste último caso, são comuns também no que refere à ação americana.
Trump é um verdadeiro capacho onde, quer Putin e/ou Netanyahu, limpam os sapatos sujos da lama do espaço de guerra e onde o sangue/vida de muitos habitantes não têm para eles qualquer valor. O presidente americano afirma, após as reuniões/telefonemas com qualquer dos seus “amigos”, que “ é agora” ou “dentro de dias” é que a paz vai ser possível porque eles lhe garantiram que assim seria.
De imediato, ainda o telefone não foi desligado, quer em Gaza quer na Ucrânia ocorrem massacres levados ao extremo, com numerosas mortes de crianças, mulheres e idosos. E Trump, o pseudo guardião do mundo e responsável por um país que não é senão a América, nada diz ou quando muito mostra intenção de aplicar sanções ou não vender armas a Israel, por exemplo, e novamente volta ás reuniões/telefonemas continuando a afirmar “é agora”.
Mas porque há-de ser “agora” se, por exemplo o Bibi israelita se limita a fazer a limpeza dos “problemas” americanos, num trabalho sujo que Trump não quer fazer, não só em Gaza mas também no Catar, no Irão, no Líbano ou mesmo no Iémen?
Trump está a dar vida a um monstro, também no interior do seu próprio país, que desde há cerca de um ano está a crescer desmesuradamente e que aproveita a facilidade de adquirir e/ou a ter as própria armas. Será muito provável que o monstro criado se venha a “virar” contra o seu criador. Não parecendo inteligente, Trump poderia apoiar-se nos “yesman” que mantem por perto e o bajulam descaradamente aproveitando para enriquecerem no entretanto.
Olhemos o malogrado Charlie Kirk, influenciador trampista conceituado e com toda a sua actuação sobre os jovens, que foi assassinado recentemente. O “dono do mundo” afirmou de imediato e publicamente que o seu assassino tinha de ser descoberto, a qualquer custo, e sujeito à pena de morte, isto mesmo antes de se presumir a inocência do assassino ou mesmo do seu normal julgamento, pelo menos como seria usual numa verdadeira democracia.
No fim não posso de deixar de pensar como o mundo seria perfeito se fosse possível simplesmente expurgar o mesmo destes enormes “cancros/excrementos” sociais! Viveríamos em paz, de certeza!

J. Rosa Nunes
Prof. Doutor

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