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Como ser portador de uma mánoticia para alguém mais frágil?

Todos nós já nos deparamos com algum momento na vida mais difícil em que temos de transmitir uma má notícia. Podemos considerar uma má notícia como qualquer informação que altera negativamente a visão que a pessoa tem do seu futuro. É definida como qualquer informação que cause um impacto emocional, cognitivo e comportamental. Esta pode ser a notícia de uma morte inesperada, de uma doença grave ou crónica, de um acidente, etc. Uma má notícia pode mudar a forma como a pessoa vê o seu futuro, tendo frequentemente implicações a vários níveis da sua vida. Esta provoca respostas emocionais intensas, tais como: tristeza, raiva, negação, choque emocional, sentimento de impotência, culpa, entre outros.
Nunca é uma conversa fácil. Tratando-se de uma pessoa mais vulnerável, seja ela criança, pessoa adulta com mais idade, com doença grave ou deficiência intelectual, torna-se ainda mais difícil comunicar uma má notícia. Numa primeira fase depararmo-nos com o dilema da omissão considerando que é proteção, ou porque “não é o melhor momento”, ou estamos a aguardar “mais informação”, no caso das crianças muitas vezes consideramos que “ela não se apercebe e não vai perceber”. Na verdade, a empatia pela preocupação para com o outro deve ser conduzida para a transmissão da informação e não para a omissão da mesma. Desta forma a melhor forma de protegermos alguém de uma má notícia é acompanhar e apoiar no processo de gestão emocional e de tudo o que a informação possa implicar.
Dicas para comunicar uma má notícia para alguém mais frágil:
A informação deve ser dada o mais próximo do acontecimento, prevenindo que pessoa saiba de forma desajustada por outras formas (ex: internet, colegas, outros profissionais, etc);
Deve primeiro sentir-se o mais possível preparado psicologicamente e emocionalmente para transmitir a informação;
Disponibilizar tempo para a conversa;
Escolher o espaço calmo e acolhedor, sem que a conversa seja interrompida;
Desligar o som do telemóvel;
Linguagem simples, honesta, calma e segura. Utilizar silêncios sempre que necessário;
Breve contextualização do que o outro sabe e do acontecimento ou doença;
Introduzir a má noticia recorrendo a algumas expressões como “infelizmente”, “não são boas as noticias”;
Comunicar a má noticia de forma simples e clara;
Dar espaço para o outro para expressar emoções, principalmente choro. Se necessário, caso perceba que o outro possa não ter entendido bem a informação, repita novamente com uma breve contextualização do processo e repita novamente a má noticia;
Dar espaço a que o outro possa fazer perguntas;
Diga sempre a verdade. Se for o caso responda mesmo “não sei”;
Não faça promessas que não possa cumprir;
Conforte com expressões de afeto, através do toque, do abraço;
Não deixe a pessoa sozinha até sentir que esta fica bem.
A forma como comunicamos uma má notícia por mais difícil que seja, pode ser protetora e preventiva do desenvolvimento de sintomatologia traumática e de outras doenças.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Catarina Cordeiro*

* Psicóloga

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