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Politicamente (in)Correto

A primeira palavra, em democracia, é dada ao povo. O eleitor escuta, vê, participa, escolhe e tem, desse modo, intervenção clara e objetiva no seu futuro próximo, definindo não apenas a sua tendência como as opções de médio e longo prazo que podem orientar o seu futuro.
É assim em democracia, do mesmo modo que uma comunicação social livre, orientada por princípios éticos e deontológicos, liberta de outras amarras que não sejam as diretamente resultantes da avaliação pública sistemática a que está sujeita e da sua própria e permanente medição de consciência, deverá desempenhar um papel determinante.
Atenção, porém, a um detalhe que obriga jornalistas e órgãos de comunicação: o equilíbrio, a sensatez, o bom-senso, a equidistância, a independência. Afinal, cinco detalhes que enformam o comportamento que se espera de “media” responsáveis, não tendenciosos e sem agendas definidas na proteção a esta ou aquela ideologias, a este ou aquele candidatos ou princípios.
Uma base essencial quanto é cada vez mais consabido que não há (não pode, em rigor, haver) objetividade e isenção puras. O velho princípio estruturante da atividade jornalística que agora se deve transformar, por mais realista e pragmático, no primado da independência e da honestidade. E se é verdade que todos os jornalistas profissionais estão “obrigados” ao respeito e à observância destas regras, não é menos certo que os “media” públicos têm, neste capítulo, especiais deveres e responsabilidades.
Os Açores atravessam um dos períodos mais importantes da sua história recente, com a realização das eleições para a Assembleia Legislativa Regional dentro de quatro semanas. Um período que promete ser desafiante para todos, mas sobretudo para os profissionais dos “media”, no sentido de que os princípios da sua atividade deverão ser absolutamente intocáveis, daqui resultando o sacerdócio que os fará chegar a 4 de fevereiro conscientes de um trabalho sem mácula.
O modo como se alinham serviços noticiosos, as prioridades devidas às matérias efetivamente de maior interesse jornalístico e informativo, a escrita de pivôs para rádio e televisão que, efetivamente, representem os respetivos conteúdos e não sejam, em relação a estes, dúbios ou contraditórios, o respeito pelas agendas e nunca a construção de agendas ou narrativas próprias constituem pedras absolutamente basilares e incontornáveis para que a classe jornalística se dê, também ela, ao respeito de telespetadores, ouvintes e leitores.
Não encarar os próximos tempos com o cuidado que os desafios em presença exige, pode significar a quebre de uma relação de confiança que, em primeira e essencial instância, é o elo mais forte de ligação entre a comunicação social e os seus destinatários. Embora se saiba que, na região, há jornalistas com clara tendência partidária e com agendas profissionais e pessoais impossíveis de esconder, competirá aos responsáveis dos respetivos “media” a tomada de medidas claras e objetivas para impedir que esse tipo de comportamentos macule a imagem das marcas que defendem.
Até porque, como se sabe, quem vê, ouve e lê dificilmente retornará à tal relação de confiança.

*Jornalista

Rui Almeida*

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