Que alterações se poderão verificar na aplicação do método de Hondt, face à apresentação dos três partidos em coligação?
Os cálculos que se apresentam devem considerar-se apenas como um exercício com o objetivo de compreender os mecanismos e influências práticas do método de Hondt, não devendo, em qualquer circunstância, tirar-se nenhuma leitura nem ilação de carácter político.
Trata-se de uma simulação, face à apresentação do PSD, PP e PPM, como Coligação, partindo do pressuposto que se manteriam os votos de 2020 nos mesmos partidos, tentando perceber qual seria o resultado, depois de aplicado o método de Hondt.
Na realidade, os números divididos pelos vários círculos podem trazer muitas surpresas.
Nos cálculos feitos, apenas no Pico se verifica que o PS perde um lugar, enquanto a Coligação ganharia um mandato, face à implantação que o PP demonstrou nas anteriores eleições.
Por outro lado, fruto da nova relação das parcelas, o CHEGA ganharia um lugar no círculo de compensação.
Os partidos com menores votações, como foi o caso do PAN e IL, que obtiveram um mandato cada um pelo circulo de compensação, dado que têm um eleitorado mais fiel, é provável que não surjam grandes alterações e que voltem a conseguir um lugar no parlamento.
Curiosidade sobre os resultado
de Domingo
Como se calculava, há um grande interesse sobre o resultado destas eleições – o que poderá contribuir para a diminuição da abstenção.
Há muito tempo que não se via uma discussão tão intensa sobre o ato eleitoral, uns a favor do PS, que afinal não está há muito tempo fora da governação, outros do PSD, neste caso da Coligação.
Naturalmente que a discussão não recai sobre as bases programáticas e muito pouco sobre as propostas.
O debate recai sobre os comportamentos e personalidade das pessoas que encabeçam os diferentes projetos.
Ninguém acredita numa maioria absoluta, por mais que as pessoas coloquem como prioridade a estabilidade na formação de um próximo governo.
O mais importante – é o que dizem todos – é que seja possível um projeto estável. Nas conversas informais não se fala de programas nem de projetos eleitorais. Desta vez, mais do que nunca, o ato eleitoral está focado no nome das pessoas que encabeçam os diferentes projetos, nas suas personalidades e nas suas formas de interação com as pessoas.
por Rafael Cota*
*Jornalista