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Lixo marinho dos Açores aproveitado por uma empresa textil de Guimarães

O Grupo Lasa, empresa textil de Guimarães, anunciou que vai continuar a apostar na sustentabilidade e incorpora lixo marinho dos Açores no seu fio.
A inovação vai estar em exibição na Heimtextil, uma feira internacional de têxteis-lar que decorre entre 9 e 12 de Janeiro, em Frankfurt, Alemanha.
Fruto de uma parceria entre a Lasa, Filasa, Nieta Atelier Circular Blue, estão a ser desenvolvidos fios produzidos a partir de fibras de algas infestantes, redes e cabos de pesca.
Estas inovações serão incluídas nas próximas coleções da marca que tem sede na freguesia de Nespereira.
De acordo com o jornal T, para além dos benefícios ecológicos, estas matérias-primas irão proporcionar uma maior durabilidade dos produtos.
A Filasa, que faz parte do Grupo, já conta com fio produzido a partir de laranja, aloé vera, leite, cogumelos, menta e gengibre.
Fundada por Armando da Silva Antunes em 1971, em 1980, após vários anos a laborar na área do comércio, mais especificamente na venda de lenços de bolso e panos de cozinha, a empresa Lasa arrancou com um projeto industrial dedicado exclusivamente à produção de atoalhados em felpo para o banho.
Desde então, durante mais de 30 anos, a Lasa fundou e adquiriu empresas, numa política contínua de “solidificação, criação de massa crítica, dimensão e procura de novas oportunidades, o que lhe permitiu ter hoje uma oferta ampla e complementar em tudo o que são produtos têxteis para a casa”, como se pode ler na apresentação no ‘site’ oficial.
Todas as empresas do Grupo Lasa estão situadas no concelho de Guimarães, empregando mais de 700 pessoas e ocupando uma área coberta de cerca de 40.000 m2.

Um projecto que já leva uns anos e que nasceu nos Açores

Este projecto do aproveitamento de lixo marinho dos Açores já vem de há mais de um ano.
Para além do lixo marinho, estava a ser trabalhada uma alga invasora identificada nos Açores pelo centro Okeanos, da Universidade dos Açores.
Com efeito, um consórcio que reúne empresas e investigadores já projectava em 2022 transformar lixo marinho e algas infestantes dos Açores em fios, telas ou membranas, que darão origem a uma colecção têxtil.
“Com este projecto, iremos desenvolver o nosso próprio fio, feito a partir de desperdícios do mar, desenvolver uma tela ou uma membrana que poderá servir ou de isolamento ou de protecção solar e, com isso tudo, fazer uma colecção têxtil e integrar todos estes produtos numa cabana que será feita a partir de barcos descaracterizados ou parados na nossa orla costeira”, disse na altura a empresária Nieta da Ponte Rocha.
Natural de Angra do Heroísmo, a arquitecta viveu duas décadas em Guimarães, mas há mais de três anos regressou a casa e instalou-se no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov).
Desde 2015 que a empresa Circular Blue, detentora da marca Nieta Atelier, cria cabanas ecológicas e o seu mobiliário, a partir de materiais sustentáveis.
“Apenas trabalhamos com espécies endémicos ou infestantes, desperdícios têxteis ou excedentes de qualquer indústria têxtil”, explicou a empresária. “É uma necessidade, não é uma tendência”, sublinhou.
O projecto Azores EcoBlue, apresentado no Terinov, visa colocar a empresa a trabalhar novas matérias-primas, retiradas do oceano ou de zonas costeiras.
Para além do lixo marinho, será trabalhada também uma alga invasora identificada nos Açores pelo centro Okeanos, da Universidade dos Açores.
Segundo Nieta da Ponte Rocha, o lixo é “recolhido em parceria com autarquias locais, associações de armadores, mulheres de pescadores e escolas”. “Iremos tentar integrar ao máximo a sociedade. É o nosso principal objectivo”, salientou.
O projecto-piloto arrancou nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, mas o objectivo é expandi-lo para outras ilha e “além-fronteiras”.
O consórcio, liderado pela Circular Blue, integra ainda o Terinov, o Okeanos, a Universidade do Minho, a empresa Visual Thinking, o Centro Internacional de Investigação do Atlântico (Air Centre), a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e o Centro de Inovação da Islândia.
Financiado pelo EEA Grants e pela Direcção-Geral de Política do Mar, o projecto orçado em cerca de 680 mil euros, será desenvolvido até 2024.

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