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Taxas de juro estão a baixar e aliviam as prestações do crédito à habitação

As taxas Euribor já terão atingido o pico em 2023, ainda que abaixo dos recordes de 2008, e deverão recuar ao longo de 2024, aliviando um pouco o esforço de quem paga crédito ao banco, segundo vários analistas.
As contínuas subidas das taxas de juro directoras pelo Banco Central Europeu (BCE) levaram no ano passado as Euribor (taxas de referência no crédito à habitação) a atingirem os níveis mais elevados desde 2008.
As Euribor já vinham subindo desde Abril de 2022, antecipando a mudança na política monetária (face à elevada inflação), mas foi este ano que atingiram máximos desde 2008, atingindo a taxa a seis meses 4,138% em outubro (abaixo dos 5,431% de 2008).

Taxas a recuar nas últimas semanas

Já nas últimas semanas as Euribor vêm recuando ligeiramente e os mercados esperam que a tendência continue neste novo ano, depois de o BCE ter mantido as taxas directoras inalteradas nas últimas duas reuniões e poder haver mesmo um corte no primeiro semestre (se o BCE vier a considerar que a inflação está controlada).
O analista da XTB, Henrique Tomé, afirma que as Euribor deverão continuar a recuar em 2024 acompanhando “uma mudança na trajectória dos juros”.
A influenciar a baixa das Euribor, explicou, estão as decisões do BCE mas também a inflação, a conjuntura económica e a descida dos juros da dívida soberana.
Contudo, avisa que “estas perspectivas podem mudar rapidamente se houver mudanças na trajectória da inflação ou de outros indicadores económicos que possam levar o banco central a reflectir sobre a sua estratégia de política monetária”.
Para o analista da ActivTrades, Mário Martins, depois de 2023 ter sido o “ano do topo nos juros desde 2008”, o ano de 2024 “começará com a Euribor a seis meses abaixo dos 4% e será provável que termine entre os 3,25% a 3,50%”.
Isto, alerta também, “a menos que ocorra algo inesperado, que reverta o caminho de normalização da inflação para o nível desejado dos 2%, o que iria suspender este alívio”.
Impacto nos empréstimos,
aliviando as prestações

Já a descida das Euribor pode ser ainda maior se a economia da Zona Euro abrandar de forma significativa, sendo que nesse caso Mário Martins antevê a Euribor a seis meses a acabar 2024 entre os 2,75% e os 3%.
A descida das Euribor terá impacto nos empréstimos, aliviando desde logo – ainda que ligeiramente – as prestações do crédito à habitação a taxa variável à medida que estas forem sendo actualizadas.
A subida das Euribor tem aumentado as prestações pelo impacto dos juros que os clientes pagam.

Alívio poderá não ser já

Em Novembro, a prestação média do crédito à habitação em Portugal foi de 396 euros, sendo que deste valor 156 euros foram capital amortizado (39% do total) e pagamento de juros. Ou seja, 61% da prestação foi para pagamento de juros, quando em Novembro de 2022 esta proporção era 29%.
Apesar da baixa das Euribor significar alívio da prestação, há clientes que terão de esperar mais tempo para sentir o efeito.
Por exemplo, um cliente com crédito à habitação indexado à Euribor a 12 meses cuja prestação renovou em Novembro passado, à volta dos 4%, terá que esperar por Novembro de 2024 para que a prestação seja revista em baixa.

Boa notícia para quem quer comprar casa

Com efeito, as taxas Euribor desceram para todos os prazos em Dezembro face ao mês anterior, reduzindo as prestações da casa.
Esta é uma boa notícia para as famílias que querem comprar casa e avançar com um novo crédito habitação a taxa variável em Janeiro de 2024, pois vão pagar menos de prestação do que quem contratou no mês anterior, tal como revelam as simulações do idealista/créditohabitação.
Quem está a pagar um empréstimo habitação a taxa variável também verá a prestação da casa a ser reduzida se for revista no arranque de 2024.

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