“Política séria!”
É este o slogan de alguém que andou pelo PSD, passou a dirigente do Chega (como quase todas figuras de proa deste partido, a começar pelo seu fundador e líder eterno) e foi eleito à condição de deputado, condição essa que o obrigou a desmentir o tanto mal que ele e os seus colegas de partido diziam deles antes, agarrando-se ao lugar e tornando-se independente, para acabar candidatando-se por uma diferente força política, importada da Madeira…
Alguém pode acreditar na seriedade da política, em tal contexto?
Tal como aqueles que bradam contra a corrupção e exigem limpezas a torto e a direito, usando essa isca para arranjar votos, mesmo que fique tudo no ar e ninguém saiba a que corrupções e limpezas específicas se referem, mas que, em concreto, preferem desviar as atenções dos mais distraídos ou dos descontentes para insultar qualquer desgraçado ou desgraçada a quem o erário público paga “para não trabalhar” e usufruir do rendimento mínimo (RSI)…
Alguém pode acreditar na seriedade política em tal contexto?
Ou como aqueles que durante três anos, falando mal deles e ameaçando rasgar acordos, viabilizaram a política do governo PSD/CDS/PPM e seguraram-nos no poder regional, para no quarto ano, já com o historial político negativo da coligação governamental das direitas cumprido, se afastarem do barco para não serem eleitoralmente contaminados pelos malefícios que ajudaram a causar…
Alguém pode acreditar na seriedade política em tal contexto?
E também como aqueles que com falsa humildade perante os eleitores tentam desinfetar as suas pústulas políticas identificadas pelo Tribunal de Contas como foi o caso das nomeações e substituições políticas abusivas de quase uma centena de dirigentes em muitas Secretarias Regionais, ou condenadas pela Comissão Nacional de Eleições, e enviadas para o Ministério Público como suspeita de crime, como foi o caso da violação dos deveres de imparcialidade e neutralidade com as suas publicações eleitoralistas nas redes sociais do governo regional já em período pré-eleitoral, com eleições regionais já marcadas para 4 de fevereiro… E isto para não falar na vontade publicamente expressa por José Manuel Bolieiro de continuar a fazer (como está a fazer) uma discricionária e igualmente abusiva campanha eleitoral à custa das estruturas e funções governativas oficiais da Região…
Alguém pode acreditar na seriedade política em tal contexto?
E finalmente como aqueles que apresentaram, com razão comprovada, 10 queixas à Comissão Nacional de Eleições, tendo como alvo o governo PSD/CDS/PPM, por quebrar as regras da imparcialidade e neutralidade a que está obrigado em pré-campanha, mas depois manipulam entidades independentes por dever estatutário como por exemplo Cooperativas Agrícolas, para convocarem para a sua sede os respetivos associados para ações de campanha eleitoral do partido de Vasco Cordeiro.
Alguém pode acreditar na seriedade política em tal contexto?
Mário Abrantes